Hermes Trismegistos: O Grande Sol Central do Esoterismo Ocidental

Descubra o profundo impacto de Hermes Trismegisto nas tradições esotéricas ocidentais nesta exploração profunda dentro do ocultismo. Revelamos os segredos da figura mais influente do esoterismo ocidental.

Hermes Trismegisto - O Grande Sol Central do Esoterismo e do Ocultismo da Alquimia da Astrologia

Hermes Trismegistus, também conhecido como Hermes Três Vezes Grande, é uma figura lendária que teve um impacto profundo nas tradições esotéricas ocidentais. Acredita-se que esse personagem enigmático seja o autor do “Corpus Hermeticum”, uma coleção de textos antigos que exploram vários conceitos filosóficos e espirituais.

Neste artigo, vamos mergulhar nos segredos e ensinamentos associados a Hermes Trismegisto, lançando luz sobre sua influência e importância no reino do conhecimento esotérico.

QUEM FOI HERMES TRISMEGISTO?

Hermes Trismegisto? Quem foi? Ele próprio se define de forma esotérica como está registrado no livro “O Caibalion”: “Por esta razão fui chamado de Hermes Trismegisto, pois possuo as três partes da filosofia  universal”.

Mas antes de nós tentarmos responder essa pergunta, seria interessante estabelecer as bases do esoterismo. Afinal, Hermes Trismegisto é Grande Sol Central do esoterismo.

De modo simples e direto, Hermes Trismegisto, “Hermes Três-Vezes-Grande” é uma deidade sincrética que combina o deus egípcio Thoth e o deus grego Hermes, ambos deuses da escrita e da magia em suas culturas.

Buscando as palavras de Hans-Dieter Leuenberger, em seu livro “História do Esoterismo Mundial”Hermes seria “a personificação do princípio esotérico no limiar entre a época do antigo império egípcio e o helenismo.” 

De forma ainda mais ampla Leuenberger refere-se a Hermes Trismegisto como “o deus que descobriu os hieróglifos, os desenhos sagrados da escrita; ele também elaborou o calendário, mediu o tempo e, sobretudo, criou todos os sistemas de medida existentes, englobando todo o conhecimento do mundo num livro misterioso, chamado Livro de Thot.”

Os ensinamentos atribuídos a Hermes Trismegisto tiveram um impacto duradouro nas tradições esotéricas ocidentais, influenciando o desenvolvimento da alquimia, astrologia e outras práticas místicas.

Ao explorar as origens de Hermes Trismegisto, podemos obter uma compreensão mais profunda da rica tapeçaria de conhecimento esotérico para a qual ele contribuiu.

Hans-Dieter Leuenberger, em seu livro "História do Esoterismo Mundial"
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O QUE NOS DIZ O CAIBALION SOBRE HERMES TRISMEGISTO?

“O Caibalion” é uma compilação de ensinamentos herméticos, originalmente explicados por Hermes Trismegisto, fornecendo sete princípios que constituem uma explicação das leis básicas que se aplicam a toda a criação.

A obra é atribuída aos Três Iniciados., mas suspeita-se que o conteúdo Hermético provavelmente foi passado do falecido Yogi Ramacharaka para seu pupilo Baba Bharata e daí para William Walker Atkinson, um prolífico escritor moderno.

Mas voltemos à pergunta colocada no início deste texto: quem foi Hermes Trismegisto? A resposta poderia ser apenas uma linha retirada d’“O Caibalion”, um dos principais livros modernos dentro do hermetismo: “contemporâneo de Abraão, Hermes foi e é o Grande Sol Central do ocultismo”.

Ainda seguindo pelo primeiro capítulo deste livro somos informados que Hermes, o Mensageiro dos Deuses, teria vivido no Antigo Egito, numa de suas primeiras dinastias entre 3200 a.C. e 1500 a.C., quando a raça humana ainda estava em sua infância.

Infere-se ainda que Hermes vivera com o Egito sobre o domínio dos Reis Pastores, Iksos, ou Irschu. Ou seja, Hermes teria vivido na mesma época de Abraão , sendo que algumas tradições judaicas afirmam que Abraão adquiriu parte de seu conhecimentos místico de Hermes, e as evidências deste fato realmente existem.

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HERMES, O PAI DAS CIÊNCIAS OCULTAS

Todos os preceitos fundamentais e básicos introduzidos nos ensinamentos esotéricos de cada raça foram formulados por Hermes Trismegisto.

Até por isso, o Egito foi a terra da Sabedoria secreta e dos ensinamentos místicos. “Mestre dos Mestres”, Hermes foi o fundador da Astrologia, e descobridor da Alquimia, sendo aclamado como o pai da Ciência Oculta .

Muitos duvidam de que, de fato, ele fora um homem, mas de acordo com a tradição, sua última encarnação neste planeta se deu muito antes do tempo de Moisés.

A tradição ainda nos diz que Hermes viveu por aproximadamente trezentos anos (o que não é muito se buscarmos o padrão apresentado na Bíblia para os contemporâneos de Abraão), e após sua morte os egípcios deificaram Hermes Trismegisto sob o nome de Thoth, o mensageiro dos deuses, assim como os gregos, mas tarde, como Hermes, deus da sabedoria.

AS OBRAS E OS ENSINAMENTOS DE HERMES

Entre as obras atribuídas a Hermes, podem ser citadas “A Tabua de Esmeraldas”, “O Poimandres”, “O Asclépios”, e a “Minerva Mundi” ou “Corê Cosmou”.

Estas seriam obras disponíveis aos não iniciados, sendo que existem outras tantas – são atribuídas a Hermes mais de 2000 obras – destinadas aos “ouvidos do Entendimento”.

Para Hermes existiam os planos Espiritual (o plano das ideias de Platão), Mental (lógico dedutivo, não criativo) e o Plano Material. Estes três planos, conforme Papus nos mostrou em seu artigo de 1900, “Como Está Constituído o Ser Humano”existem, com outros nomes, nas diversas tradições filosóficas, como ocultismo, espiritismo, cabala, rosacrucianismo, pitagóricos, hindus, chineses e até nos ensinamentos de São Paulo (Corpus, Anima Spiritus).

Hermes Trismegisto, era conhecido como “Hermes, o Três Vezes Grande”, e dizia-se que ele possuía a “Tabua de Esmeralda”, o guia completo de magia e alquimia. Seus ensinamentos teriam sido publicados em inúmeras obras que deram origem à filosofia hermética, um sistema de práticas que buscava a ascensão pessoal da natureza física nos mais altos reinos.

Foi produzida muita literatura sobre Hermes, e alegou-se que ele mesmo deixara obras doutrinais num conjunto que veio a ser conhecido como “Corpus Hermeticum”. Sua filosofia, batizada de hermetismo, foi aproveitada pelos primeiros cristãos.

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A INFLUÊNCIA DE HERMES NA HISTÓRIA

Entre os árabes, Hermes Trismegisto foi associado ao profeta Idris, que no Corão aparece como uma figura exaltada por Alá. A tradição hermética ganhou novo fôlego no fim da Idade Média e no Renascimento, pela renovação no interesse pela mitologia clássica e o advento da alquimia.

Nesse período, Hermes já não era mais considerado um deus, mas sim um sábio contemporâneo de Moisés, que influenciou Platão e os neoplatônicos.

Já um pouco mais no futuro, os ocultistas renascentistas interpretavam sua herança filosófica dentro do prisma cristão, tanto que sua filosofia influenciou fortemente os ensinamentos e estudos de sociedades secretas como a Maçonaria e a Ordem Rosacruz.

Isaac Newton, por exemplo, estudou atentamente alquimia e o hermetismo em sua época, escrevendo inclusive um comentário sobre “A Tábua de Esmeralda”, parte do “Corpus Hermeticum”, tentando unir a ciência e a espiritualidade.

Nas palavras de Newton: “Eu sou um cético por natureza, mas não tenho alternativa a oferecer apoio subjetivo à alegação de que a tábua de Esmeralda tem propriedades transformadoras. Há outras coisas além da transmutação de metais que ninguém domina, mas eles entendem.”

Nos séculos seguintes Hermes era encaixado mais como um anti-herói dentro do mundo ocidental, permeando várias culturas.  Com o ressurgimento de cultos neopagãos na sociedade contemporânea, Hermes está sendo novamente estudado e cultuado como uma potência divina.

No século XIX na Europa Ocidental a magia hermética foi praticada por nomes como os envolvidos na Ordem Hermética da Aurora Dourada (a Golden Dawn). Sua importância para o Egito é tão grande que seu nome foi dado à universidade daquele país.

AS 7 LEIS HERMÉTICAS

Os ensinamentos de Hermes Trismegisto se baseiam em sete Leis que governam todos os planos da natureza, os sete princípios herméticos, que estão registrados no livro “O Caibalion” da seguinte maneira:

  1. O Princípio do MENTALISMO: “O todo é Mente; o universo é mental.”
  2. O Princípio da CORRESPONDÊNCIA: “O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como está em cima”.
  3. O Princípio da VIBRAÇÃO: “Nada está parado, tudo se move, tudo vibra.”
  4. O Princípio da POLARIDADE: “Tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliáveis.”
  5. O Princípio do RITMO: “Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações compensadas; o ritmo é a compensação.”
  6. O Princípio de CAUSA E EFEITO: “Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa; tudo acontece de acordo com a Lei; O Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei ainda não conhecida, existem muitos planos de causalidade, mas nada escapa à Lei.”
  7. O Princípio de GÊNERO: “O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios Masculino e Feminino, o gênero manifesta-se em todos os planos da criação.”

Estes são os sete princípios de Hermes, que precisam de um tempo de reflexão e abstração para serem assimilados, e vamos deixar esta análise para um texto posterior.

 Além das sete leis herméticas, um dos maiores ensinamentos atribuídos a Hermes, registrado na “Tabua de Esmeralda”, diz que “o que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é igual ao que está embaixo. Ao mesmo tempo, as coisas foram e vieram do Um, desse modo as coisas nasceram dessa coisa única por adoção”.

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HERMES TRIMEGISTO COMO SÍMBOLO ALQUÍMICO

Hermes Trismegisto é um dos maiores símbolos da alquimia. Na alquimia Hermes-Mercúrio desempenhava papel central, e seu símbolo material era o metal Mercúrio, que por suas qualidades ambíguas deu origem a uma grande quantidade de novos mitos alquímicos.

Era considerado a essência divina no mundo, fixo e volátil, possuindo em si as propriedades da Lua e do Sol, da prata e do ouro, e por isso, era visto como hermafrodita. Ele seria uma síntese do deus egípcio Thoth e do deus grego Hermes, ambos deuses da escrita e da magia em suas culturas.

HERMES TRISMEGISTO, BAPHOMET E OS TEMPLÁRIOS

Em nossos estudos acerca da simbologia do Baphomet encontramos correlações do Baphomet cultuado pelos Cavaleiros Templários com Hermes Trismegisto.

Uma corrente alquímica associa o Baphomet templário a uma representação alquímica da união do enxofre e do mercúrio filosofal, considerados como elementos masculino e feminino na consecução da Grande Obra.

O que faria todo o sentido para a associação do Baphomet templário a uma imagem de Hermes Trimegisto. Afinal, grande parte da filosofia alquímica vem dos textos herméticos aglutinados hoje em dia no Caibalion. 

Esta corrente corroboraria com a lenda de que os Templários praticavam alquimia e que teriam encontrado a pedra filosofal através de conhecimentos adquiridos com sufis persas que tiveram contato com documentos egípcios da famosa biblioteca de Alexandria.

O CADUCEU: UM SÍMBOLO DE HERMES QUE PERMANECE ATÉ HOJE

Caduceu Hermes Trismegisto
Caduceu

Entre os símbolos ligados ao deus Hermes está o Caduceu. O caduceu ( nome derivado do grego kerykeion, que significa “bastão dos deuses”) é representado como uma bastão com duas serpentes entrelaçadas, e era o símbolo do deus grego Hermes, também conhecido como Mercúrio na mitologia romana.

Ele carregava um significado protetor para os mensageiros.

O bastão do caduceu, como símbolo fálico, carrega o poder da Árvore da Vida, e simboliza a comunicação entre o Céu e a Terra (e também do nosso DNA).

Já as serpentes representam os opostos, a dualidade, e sua integração, bem como a renovação da vida. O caduceu era usado pelos sacerdotes astrólogos nos rituais  gregos dos Mistérios de Elêusis.

Na alquimia, o caduceu representa a união de opostos que devem ser reconciliados: mercúrio e enxofre, fixo e volátil, molhado e seco, frio e quente.

A união das serpentes representa a conjunção de princípios alquímicos e sua descendência é a Pedra Filosofal, representada pela bola dourada com asas no topo do caduceu. O caduceu também está ligado a Asclépios, o deus da cura, o que o vincula hoje me dia à medicina e à farmácia.

HERMES TRISMEGISTO: UM RESUMO

As origens de Hermes Trismegisto estão envoltas em mistério e mito. Alguns acreditam que ele foi uma figura histórica real, enquanto outros o consideram um personagem mítico. De acordo com a mitologia egípcia antiga, Hermes Trismegistus era uma combinação do deus egípcio Thoth e do deus grego Hermes.

Essa fusão de divindades resultou em uma figura poderosa que possuía imenso conhecimento e sabedoria.

Os ensinamentos e a filosofia de Hermes Trismegisto tiveram um impacto profundo nas tradições esotéricas ocidentais.

Acredita-se que Hermes Trismegisto seja o autor do “Corpus Hermeticum”, uma coleção de textos que exploram vários aspectos da espiritualidade, filosofia e misticismo. Esses textos abordam tópicos como alquimia, astrologia e a natureza do divino.

Os ensinamentos de Hermes Trismegisto enfatizam a interconexão de todas as coisas e a busca pela iluminação espiritual. Sua filosofia encoraja os indivíduos a buscar conhecimento, sabedoria e autotransformação para alcançar uma compreensão mais profunda do universo e seu lugar dentro dele.

A influência de Hermes Trismegisto ainda pode ser vista nas práticas esotéricas modernas e continua a inspirar os buscadores da verdade espiritual.


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