Johannes Trithemius | O Maior Mago Dogmático da Idade Média

Abbot Johannes Trithemius, também conhecido como Jean Tritthème ou João Tritêmio, é uma referência comum tanto a quem estuda ocultismo quanto a quem tenta desvelar as sociedades secretas do mundo.

Seu nome aparece desde os estudos dos magos John Dee e Aleister Crowley, a sociedades iniciáticas como a Golden Dawn, até chegar a projetos misteriosos modernos como o MK Ultra, afinal ele foi um dos pioneiros a sistematizar pesquisas acerca do controle da mente de modo remoto.

Eliphas Levi, um dos nomes mais influentes das ciências ocultas, credencia o abade Tritthème como “o maior mago dogmático, da Idade Média”, e completa dizendo que “em magia foi o mestre dos mestres e também o mais sábio dos Adeptos.”

A CONFRARIA CELTA

Ainda como Jean de Heidemberg, que aos 12 anos teve uma visão reveladora de que seus desejos íntimos seriam realizados.

Entrou para a Universidade em 1480 e, entre os 18 e 19 anos, formou, junto a dois outros colegas, uma sociedade secreta concentrada no estudo da astrologia, magia numérica, línguas e matemática, denominada Confraria Celta.

Antes deste nome, essa associação foi denominada como Sociedade Literária Renana, de caráter humanista. Além de Jean de Heidemberg, a base do grupo trazia Jean de Dalberg (nome conhecido no meio político e universitário da época) e Rodolphe Huesmann.

Como se valiam de pseudônimos, Jean de Heidenberg se tornou Jean Tritthème.

A Sociedade Literária Renana estudava filosofia pitagórica e a mística dos números. A mudança de nome serviu para reforçar seu caráter esotérico, afinal contava com grandes professores, eruditos e hermetistas.

Desenvolveram ainda o estudo da Cabala, através do recém admitido Paul Ricci, que era judeu recém convertido.

O ÁBADE JEAN TRITTHÈME

Durante uma viagem em 1482, ele é obrigado a parar no mosteiro beneditino de Saint-Martin-de-Spanheim em decorrência de um inverno rigoroso. Ele ficaria ali por vinte e três anos.

No dia que completou 20 anos, Jean entra para o Mosteiro de Saint-Martin-de-Spanheim, tornando-se o abade Tritthème, que se dedicava a uma pesquisa que soava estranha aos ouvidos que se dispunham às suas confidências.

No dia 2 de fevereiro de 1842, ao completar 20 anos, inspirado pela graça divina, Trittheme conhece a iluminação, a sua fé imensa consegue convencer os que o rodeavam.

Ele se tornaria noviço em março, profeta em novembro, e em julho de 1493 ele é confirmado pelo bispo como abade do mosteiro. Acredita-se que esse posto foi galgado com a ajuda política do velho amigo Jean de Dalberg.

Manteve uma mão pesada tanto na parte administrativa quanto espiritual, e fez realizações importantes para o mosteiro, aumentando suas doações e inflando sua biblioteca de forma que ela se tornaria um centro de estudo dos países germânicos.

Em seus estudo no mosteiro, Tritthème investigou manuscritos herméticos, adquiriu experiência em magia, kabalah, alquimia, estudou o significado oculto das palavras, sendo que muitos de seus trabalhos são em linguagem simbólica, entendida unicamente  pelos iniciados.

Ele foi o primeiro autor importante de criptografia!

Em 1498 ele respondeu ao frade da Ordem do Carmo sobre suas pesquisas, e a epístola foi lida por inúmeros outros monges que a classificaram das mais diversas maneiras, inclusive como “obra do diabo”.

A partir de então, impulsionada pela denúncia de Charles de Bouelles sobre sua  Steganographie, Tritthemé teria que se defender constantemente da conjuração e comunicação com maus espíritos. Sua fama de mago foi um fardo que tentou expelir de si nos últimos anos de sua vida, tendo declarado que

“Nada fiz de muito extraordinário e, no entanto, espalhou-se o boato de que eu sou mágico. Li a maior parte dos livros dos magos, não para os imitar, mas com o objetivo de, um dia, refutar as suas superstições maldosas”

Nascido em 02 de fevereiro de 1462, na aldeia de Tritthenheim, na Alemanha, ele viria a falecer em 27 de dezembro de 1516, em Wurzburg, Alemanha, onde passou seus últimos dez anos de vida. Ficou também conhecido por não gostar do papel, aleando ser perecível demais, alem se opor a astrólogos e alquimistas de sua época. Também foi mestre de Agrippa e Paracelso.

OS ENSINAMENTOS DE TRITTHÈME

Ele almejava a criação de um processo para hipnotizar pessoas à distância, por telepatia, com o auxílio de algumas manipulações de linguagem. 

Todo o trabalho referente a esse ambicioso objetivo fora compilado em um livro, dividido em oito volumes, denominado Steganographie, que foi destruído no decorrer da história, tendo se salvado apenas 3/8 da obra.

Postumamente apareceria na Alemanda do século XVII um livro intitulado “Stenografia”, que provavelmente não é a original e cujo segredo teria sido revelado à Tritthème em sonhos.

A história nos conta que o manuscrito original fora queimado, pois a edição em três volumes de 1606 foi incluída na lista de livros proibidos da Igreja. Porém,  o grande cientista e ocultista inglês John Dee (responsável pelo advento dos meridianos), por volta de 1563, teria completado o que faltava desta obra e a dominado completamente.

Mas aí entra outro tomo importante copilado dos textos de Tritthème foi a Polygraphiaque consistia de escritos cifrados em um alfabeto obscuro e que chegou às mãos dos fundadores da Ordem Hermética da Golden Dawn sob o título de “Cypher MS”, e que serviu de inspiração para a origem mentirosa da sociedade iniciática.

Por este caminho é fato que Aleister Crowley também teve acesso à obra do abade Tritthemé.

Este texto, a Polygraphia, tem origem como uma carta particular que se tornou pública por seu apelo fantástico.

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