O que são os Versos Dourados de Pitágoras?

Também conhecidos como os “versos áureos”, os versos dourados de Pitágoras representam a síntese de seus ensinamentos iniciáticos na Escola de Krotona, onde eram recitados diariamente por todos os Iniciados nos Mistérios Sagrados. Eles foram preservados por um de seus discípulos após a perseguição e destruição dos pitagóricos, chamado Líseas, ou Lísis, e são divididos em quatro grupos de estrofes, cada um deles representando um Grau Iniciático.

Segundo Annie Besant, um dos Grandes Mestres da antiguidade foi Pitágoras (um dos filósofos patronos do pensamento ensinado na Maçonaria); ele trouxe da Índia a sabedoria do Buda e a traduziu para o pensamento grego, acrescentando à sua grandeza austera a beleza característica da Grécia, como a arte grega tornava mais tenros os contornos severos da escultura indiana.

O esoterismo moderno diz que aqueles cujo pensamento seguem diariamente as linhas dos versos dourados de Pitágoras encontrarão neles a mais antiga sabedoria vestida com a graça grega, mantendo a beleza da simplicidade e acrescentando a justiça da forma. Porem, eles não devem apenas ser lidos, mas devem ser levados à meditação, pois aqueles que meditam neles encontram os tesouros escondidos.

Os Versos Áureos podem ser divididos em duas partes, a primeira tratando das Virtudes Práticas ou Humanas, cujo objetivo é fazer Homens Bons; e a segunda, tratando das virtudes contemplativas ou divinas, cujo fim é fazer dos homens bons, iluminados. Eles podem ser vistos como um conjunto completo de ensinamentos, pois pode estão divididos em grupos que lidam com praticamente todos os aspectos e assuntos da vida.

OS VERSOS DOURADOS DE PITÁGORAS

Grau 1 – Preparação

Rende aos Deuses Imortais o culto consagrado;
Guarda então a tua fé: Reverencia a memória
Dos Heróis Ilustres, dos Espíritos Semi-Deuses.

Grau 2 – Purificação

Sê bom filho, justo irmão, esposo terno e bom pai.
Escolhe para teu amigo o amigo da virtude;
Renda-se aos seus conselhos gentis, aproveite esta vida,
E por uma queixa insignificante nunca o deixe;
Se você puder, pelo menos; pois uma lei mais rígida
une o poder à necessidade.
Ainda assim te é dado lutar e vencer
Tuas paixões tolas: aprende a subjugá-las.
Seja sóbrio, diligente e casto; evitar toda a ira.
Em público ou em segredo nunca permitas nenhum
mal; e acima de tudo respeite a si mesmo.

Não fale nem aja antes de refletir.
Seja justo. Lembre-se que um poder invencível
Ordena morrer; que riquezas e honras
facilmente adquiridas, são fáceis de perder.
Quanto aos males que o Destino envolve,
julgue-os o que são; suportá-los todos e se esforçar,
tanto quanto você é capaz, para modificar os traços:
Os Deuses, até os mais cruéis, não expuseram o Sábio.

Mesmo como Verdade, o Erro tem seus amantes:
Com prudência o Filósofo aprova ou censura;
Se o Erro triunfar, ele parte e espera.
Ouça e grave em seu coração minhas palavras;
Mantenha seus olhos e ouvidos fechados contra o preconceito;
De outros o exemplo temem; pense sempre por si mesmo:
consulte, delibere e escolha livremente.
Deixe os tolos agirem sem rumo e sem causa.
Tu deves, no presente, contemplar o futuro.

O que você não sabe, não finja que sabe.
Instrua-se: pois o tempo e a paciência favorecem a todos.
Não negligencie a sua saúde: dispense a moderação,
Alimento ao corpo e ao repouso da mente.
Muita atenção ou pouco shun; para a inveja
Assim, a qualquer excesso está igualmente ligado.
Luxo e avareza têm resultados semelhantes.
Deve-se escolher em todas as coisas um meio justo e bom.

Grau III – Perfeição

Não durmas nunca feches teus olhos cansados
​​Sem te perguntares: O que omiti e o que fiz?
Abstenha-te se for mau; perseverar se for bom.
Medite sobre meus conselhos; amá-los; Siga-os;
Para as virtudes divinas saberão conduzir-te.
Juro por quem gravou em nossos corações
a sagrada Tétrade, símbolo imenso e puro,
Fonte da Natureza e modelo dos Deuses.
Mas antes de tudo, tua alma ao seu dever fiel,
Invoque esses Deuses com fervor, aqueles cuja ajuda,
Tua obra iniciada, só pode terminar.
Instruído por eles, nada te enganará:

De diversos seres tu soarás a essência;
E conhecerás o princípio e o fim de Tudo.
Se o Céu quiser, saberás que a Natureza,
Igual em tudo, é a mesma em todos os lugares:
Para que, quanto aos teus verdadeiros direitos iluminados,
Teu coração não se alimente mais de desejos vãos.
Verás que os males que devoram os homens
São o fruto de sua escolha; que esses infelizes
busquem de longe a bondade cuja fonte dentro eles carregam.
Pois poucos conhecem a felicidade: brinquedos das paixões,
Para cá, para lá lançados por ondas adversas,
Sobre um mar sem costa, rolam cegamente,
Incapaz de resistir ou ceder à tempestade.

Deus! Tu poderias salvá-los abrindo seus olhos.
Mas não: é para os humanos de uma raça divina
discernir o erro e ver a verdade.
A natureza os serve. Tu que a sondaste,
ó homem sábio e feliz, descanse em seu refúgio.

Grau IV – Epifania

Mas observe minhas leis, abstendo-se das coisas
que tua alma deve temer, distinguindo-as bem;
Deixando reinar a inteligência sobre teu corpo;
Assim, ascendendo ao éter radiante,
no meio dos imortais, tu mesmo serás um deus.

Leia Mais:

Ofertas de Livros Sobre o Tema:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *