Antissemitismo | Do Holocausto ao 11 de Setembro

A segunda metade do século XIX se mostrou solo fértil para reavivar com mais força o antissemitismo que ecoaria de forma trágica no século seguinte. Em alguns redutos políticos o antissemitismo se tornou uma arma velada na batalha declarada de ideias e interesses travada pelo que se conhece como direita e esquerda, pois, para alguns socialistas como Proudhon os judeus são, menosprezadamente, colocados na vanguarda do capitalismo.

De 1850 pra diante o antissemitismo havia entrado em uma jornada sinistra dentro da mente européia que reflete diretamente na cultura e na política. Neste cenário desfavorável, alguns documentos que supostamente denunciavam um diabólico estratagema judeu – como os Protocolos dos Sábios de Sião – eram fabricados e obras fictícias de escarnio começaram a ser tomadas como retratos da verdade oculta manipulada por uma união maçom-judaica.

A Bíblia do Antissemitismo

Um ano após a publicação original de Biarritz, nasce a “bíblia” do antissemitismo moderno escrita por Gougenot des Mousseaux e denominada Le Juif, le Judaisme et la judaisation des peuples chrétiens e este volume é conhecido por distorcer cada simples ponto de referência histórica.

A partir de agora tudo relacionado ao mundo judeu é tomado como antônimo de qualquer elemento referente à retidão e à bondade. Até a cabala, que é apenas a coluna vertebral de misticismo e da doutrina teosófica judaica, não saiu incólume ao ataque sendo uma nova forma de referencia aos cultos satânicos.

A obra de Mousseaux é uma das primeiras à relacionar a superabundância de bens materiais, o espírito capitalista como condições adversas aos valores e tradições cristãs.

Leo Taxil e a conspiração Mundial Satânica

Assim, o tema de uma conspiração mundial satânica se espalhou como que pelo ar da década final do século XIX. Tais teorias misturavam lendas e pseudo-profecias medievais de que os demônios estariam em trabalho árduo para destruir o mundo católico, como pode ser lido no best seller “O Anticristo”, de Robin de Ruiter.

Um dos personagens mais conhecidos neste período era Léo Taxil, um ferrenho oponente da maçonaria que conseguiu persuadir o clero francês de que os maçons teriam um sistema telefônico inventado  e operado por demônios que os mantinha em constante contato com as maiores capitais do mundo e foi o responsável por ligar o Bode Mendês à maçonaria.

Num primeiro momento Taxil não fez referência aos judeus em suas acusações, mas as duas teorias de dominação mundial logo foram atreladas.

A partir de agora tudo relacionado ao mundo judeu é tomado como antônimo de qualquer elemento referente à retidão e à bondade.

Até a cabala, que é apenas a coluna vertebral de misticismo e da doutrina teosófica judaica, não saiu incólume ao ataque sendo uma nova forma de referencia aos cultos satânicos.

O Holocausto.

Os Protocolos dos Sábios de Sião podem ter realmente inspirado e incitado o Holocausto, afinal, eles já haviam sido utilizados como justificativa para os desfortúnios russos, bem como, o massacre de pessoas inocentes na guerra civil.

Quando o documento começou sua jornada russa em 1905, os surtos de violência organizada ceifaram a vida de milhares de judeus russos. Cerca de cem mil judeus foram assassinados pelos cossacos durante a guerra civil.

Os Protocolos dos Sábios de Sião eram utilizados como forma de “motivar” os soldados e ativar a consciência política da população local.

Com toda a certeza, Os Protocolos dos Sábios de Sião tiveram seu papel principal na ideologia nazista praticada por Hitler e seus asseclas.

Mas ao contrário do que nos apresentam em versão romanceada, os judeus não eram os únicos  alvos da intolerância e racismo nazista.

Grupos das mais diferentes naturezas eram exterminados como forma de purificar uma sociedade que deveria ser estritamente libertada de impurezas em prol de uma raça superior.

Judeus, negros, homossexuais e Testemunhas de Jeová foram perseguidos e jogados em campos de concentração, pois eram considerados perigosos à evolução do povo alemão, uma raça superior, destinada a dominar os outros povos inferiores.

Entretanto, os judeus foram o alvo primevo por serem considerados a encarnação do mal, destruidores de nações, parasitas e exploradores, todos adjetivos motivados pelo livro forjado pela polícia secreta russa.

No curso da Segunda Grande Guerra os judeus foram confinados em guetos, sendo o mais conhecido, o gueto de Varsóvia, e obrigados a utilizar uma estrela de Davi amarela no braço, a fim de serem distinguidos do restante da população.

Diferente do que é senso comum, talvez causado pelos filmes e demais meios de absorção de cultura popular, a decisão de exterminar os judeus só ocorreu em 1942 e foi chamada de “a solução final para livrar o mundo do vírus judeu”, baseada na ideia de que os judeus eram nefastos por natureza, sendo o único remédio eficaz a eliminação física.

Nos campos de extermínio as vítimas eram encaminhadas para as câmaras de gás e eram cremadas após a asfixiamento. Neste desatino de um líder que exala crueldade e frieza, foram aniquilados algo em torno de seis milhões de judeus.

O Novo Antissemitismo

Os Protocolos dos Sábios de Sião não deixaram de circular pelo mundo influenciando mentes por todo o globo ainda nos dias de hoje. O principal reduto de aceitação de tal volume se encontra na nos países árabes e muçulmanos e servem como base para demonstrar a estes povos toda a perversidade e monstruosidade do povo judeu.

Nestes países, o antissemitismo é uma espécie de ideologia oficial e se sentem na obrigação de combater a legitimidade do Estado de Israel.

Enquanto o preconceito gerado pelo antissemitismo nos dias antigos era estritamente religioso, o novo antissemitismo é baseado em discursos nazistas e tem cunho estritamente racial, onde a raça germânica estaria no topo das raças superiores e os judeus seriam a escória nesta escala racista e os judeus não são mais encarados como membros de uma religião.

Em alguns países, após a metade do século XX, um movimento ganhou força dentre os adeptos do antissemitismo.

O Revisionismo Histórico e o 11 de Setembro

O Revisionismo Histórico surgiu na década de 1950, baseada na premissa de Auguste Comte de que a história é uma disciplina fundamentalmente ambígua, mas sua literatura base só foi publicada nos anos 80, produzida na Europa.

A ideia principal dos revisionistas era de que os judeus desejavam o extermínio dos alemães, que as câmaras de gás eram fantasias e que as valas comuns de cadáveres eram, na verdade, montadas com bonecos.

Até nos atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova York, a sombra do antissemitismo esta presente pelas acusações do mundo árabe responsabilizando os judeus pelo ataque. Rumores veiculados na imprensa internacional colocaram a dominação judaica novamente em pauta.

Segundo algumas correntes subterrâneas os terroristas que tomaram os aviões em ares americanos eram agentes do serviço secreto de Israel e o atentado faria parte de uma campanha de vingança ao mundo árabe-muçulmano e um largo passo na expansão sionista em busca da formação do império do ouro.

Os rumores nasceram no mundo árabe, mas ganharam força como qualquer boato conspiratório corroborado por um fato intrigante e, neste caso, a pulga atrás da orelha coça bastante. No dia 11 de setembro, quatro mil judeus que trabalhavam no World Trade Center foram aconselhados a faltar ao emprego, pois as informações sobre o atentado arquitetado por Israel não foi divulgado nem para os aliados americanos.

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