Interessado no mundo místico do Esoterismo? Qual a diferença entre esoterismo e exoterismo? Respondemos essas perguntas explorando os símbolos da iniciação e da peregrinação.
Respondendo rapidamente a pergunta que está no título, por esoterismo podemos entender uma tradição espiritual milenar da humanidade da qual nos distanciamos com o passar do tempo. Num sentido mais amplo, esoterismo é um termo usado para descrever uma ampla gama de práticas místicas e espirituais que existem há séculos. Abrange uma variedade de crenças e práticas, incluindo astrologia, adivinhação, magia e espiritismo. As origens do esoterismo remontam a civilizações antigas, como Egito, Grécia e Roma, onde era praticado por sacerdotes, filósofos e místicos. Hoje, o esoterismo continua a ser uma prática popular entre aqueles que buscam orientação e iluminação espiritual.
Civilizações antigas como Egito, Grécia e Roma tiveram uma influência significativa no desenvolvimento do Esoterismo. Nessas sociedades, o esoterismo era visto como uma forma de se conectar com o divino e obter uma visão do futuro. Os sacerdotes, filósofos e místicos que praticavam o esoterismo acreditavam no poder do sobrenatural e usavam várias técnicas como astrologia, adivinhação e magia para atingir seus objetivos. À medida que o esoterismo se espalhou para outras partes do mundo, ele foi adaptado e incorporado às práticas espirituais locais, resultando em uma gama diversificada de crenças e práticas. Apesar dessas diferenças, a influência de culturas antigas no Esoterismo ainda pode ser vista hoje.
Como bem disse Hans-Dieter Leuenberger, no livro “A História do Esoterismo Mundial”:
“O esoterismo corresponde ao Princípio cósmico divino superior e se destina a servir de ligação entre essa esfera superior e a esfera humana terrena. O esoterismo é, portanto, de origem cósmico-divina, e tem de concretizar-se no âmbito humano-terreno.”
“O esoterismo pode ser abordado e esclarecido a partir de dois pontos de vista: o primeiro é o filosófico-científico, que explica, com a ajuda da filosofia e da teologia, o esoterismo como parte do desenvolvimento mental do ser humano. A outra visão é mais orientada para o mágico-religioso e acrescenta à observação filosófico-científica o aspecto da numinosidade que, em última análise, representa o que é difícil de ser compreendido e explicado. Essa visão exige a disposição de aceitar o que é inexplicável, os paradoxos, dando-os como verdadeiros. Além disso, exige a compreensão de que há certas coisas que de fato não podem ser entendidas.”
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O Papel do Esoterismo na Evolução do Homem
São exemplos de sistemas esotéricos o hermetismo, os caminhos orientais do ioga, e o xamanismo, dentre vários deles. Claro que a esse conceito está ligado algo divino e transcendental, que pode vir a ser dominado pelo homem e utilizado em seu processo evolutivo. Um exemplo desta observação estaria no fogo. Na antiguidade, o fogo só era obtido por lava, raios, ou alguma causa natural, e o homem primitivo por vezes se arriscava para ter essa, aos seus olhos, dádiva dos deuses. Para o homem primitivo esse fogo representava uma prova da existência do divino auxiliando-o em sua sobrevivência. Algo transcendental que reduzia a ameaça à sua coletividade pelos predadores.
Logo o homem seria capaz de dominar o fogo e até produzi-lo. Suas formas transcendentais foram se tornando cada vez mais abstratas, dominadas por dispositivos específicos (pense na eletricidade, que sempre existiu, mas era uma incógnita por seculos para o ocidente), até chegar ao metafísico, como o Santo Graal. Porém, assim como o fogo e a eletricidade, enquanto não dominados eles permanecem relegados ao campo transcendental, e o perdemos novamente, como no caso do Graal.
A luta par dominar os elementos da natureza que ainda residem no campo transcendental é basicamente a justificava para que o homem ocupe-se em estudos longos do esoterismo. A obtenção deste conhecimento superior se dá por um labirinto de referências e abordagens, cujas paredes são pintadas com a sensação eterna de que cada passo te abre novas e infinitas possibilidades. É muito fácil se perder quando não enxergamos as similaridades dos caminhos oferecidos pelas diversas bifurcações que fatalmente nos levarão ao mesmo lugar. Porém, sem essa experiências continuaremos a andar em círculos mutáveis dentro do conhecimento esotérico, sem nunca chegar a lugar algum. Esse destino é quase compulsório àqueles ansiosos por fugir do confrontos om os problemas mais banais da vida e sua resolução.
Nenhum conhecimento esotérico tem valia se não pode ser compreendido pelo esforço do homem mais simples e não servir-lhe para a prática na vida cotidiana. Afinal, como escreveu Hans-Dieter Leuenberger em seu livro “História do Esoterismo Mundial“: “o esoterismo não pretende afastar as pessoas na vida, mas sim conduzi-las exatamente para o centro da vida”. Ele ainda completa dizendo que “o conhecimento esotérico não deve levar a pessoa a fugir do mundo, mas destina-se a ajudá-la a viver da maneira possível”.
Qual a Diferença entre Esoterismo e Exoterismo?
O termo “esotérico” tem origem na palavra grega esoterikos, cujo significado pode variar entre “secreto” (que pode trazer um interpretação errada do esoterismo) e “voltado para dentro”. No sentido oposto, temos o conceito de exotérico: “voltado para fora”. Acredito que o esoterismo possui um papel importante na atualidade, pois, no passado, a religião era responsável por nos esclarecer sobre nossas origens, com a cosmogonia. Agora, a ciência tem esse papel de responder, através de fatos, as questões relacionadas a nossas origens materiais. O esoterismo se ocupando basicamente da evolução interior, espiritual, e transcendental do ser humano, pode ser, junto a ciência, uma atualização das antigas formas de religião que já soa tão ultrapassadas.
O Filósofo e o Mago: As Duas Formas de Explorar o Esoterismo
Basicamente existem duas formas de se explorar o esoterismo. As vias da filosofia e da ciência, buscando por fontes e fatos alicerçados pelos escritos antigos, pela arqueologia e seus correlatos, para à partir de uma prova de uma evidência plausível possa erguer uma torre de conhecimento que o eleva. O outro caminho é pela magia, buscando por pontos de verdade pelos traços ocultos que nos cercam, indiscerníveis e inexplicáveis num primeiro momento pelo método científico. Partindo de mitos e verdades naturais, busca erguer a sua escada que o leva à evolução. Claro que não existe uma forma correta nessa busca pela evolução. Talvez o equilíbrio, buscando o caminho do meio seja a mais salutar. E uma pista disso reside na própria história.
Na Antiguidade, a ciência só era transmitida a pessoas que haviam passado por uma série de provas, algo que na era moderna foi adaptada para a iniciação das Sociedades Secretas e, de uma forma mais simples, todas as provas de admissão que todo ser humano faz ao menos uma vez na vida. Naquele período Antigo da nossa história, essa transmissão de conhecimento era feita nos templos, sob os nomes de mistérios, e o sábio tomava o título de sacerdote ou iniciado. A ciência era secreta e oculta e por isso hoje em dia aquele conhecimento transmitido nas Escolas de Mistérios é conhecido como ciências ocultas que se ramificou em duas linhas de ensinamento para que o conhecimento secreto na se perdesse.
Um que conhecemos hoje como filosofia e ciência foi um ramo e o outro era baseado nos mitos da humanidade e na religião. Porém, como na Antiguidade todo sacerdote era também um iniciado, ele sabia que existia uma só religião e que as diferenças de culto só serviam para traduzi-la para os diferentes povos, segundo o temperamento destes. Papus, o grande ocultista, ainda nos adverte em seu “O Tarô dos Boêmios” da atenção que devemos ter a esse fato: “Tal sectarismo, sustentado por dois cultos cegos para com seus próprios erros, o cristão e o muçulmano, foi a causa da completa perda do ensinamento secreto que dava a chave da unidade sintética.”
Os iniciados das escolas sacerdotais antigas sabiam muito bem que o mundo dividido de deuses nada mais era do que a expressão de um princípio de unidade, de um Deus que rege todo o universo. Ou seja, devemos ter a mente aberta dos magos com o rigor e precisão da ciência como contrapeso, ao mesmo tempo que devemos entender como um cientista os fenômenos que acreditamos ser mágicos.
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A Iniciação e a Perigrinação: O Caminho do Esoterismo
Um momento íntimo muito ligado ao esoterismo é a iniciação. Segundo o ensinamento esotérico, todos os seres humanos possuem direito ao mesmo quinhão de sabedoria (não confundir com conhecimento ou eruditismo), mas apenas uma pequena parte da humanidade conseguiu ter acesso consciente a essa sabedoria. Mas ela está disponível, só não acessível.
O momento em que o ser humano consegue tocar essa sabedoria é conhecido como iniciação, um estado que não depende de nível intelectual ou social. “A iniciação está sempre no fim de um caminho longo e cansativo, quando o ser humano ultrapassa o escuro limiar da inconsciência e alcança a luz da consciência”, escreveu Hans-Dieter Leuenberger em seu livro “História do Esoterismo Mundial“, que ainda nos diz: “Iniciação não tem semelhança alguma com conhecimento, como muitos supõem e, além disso, o conhecimento não se relaciona com a iniciação. Quero definir iniciação como uma modificação e ampliação da consciência e do estado de ser, em que o fato principal é não existir retrocesso nesse processo.”
Leuenberger também nos chama a atenção para um detalhe no “Livro Egípcio dos Mortos” ligado à iniciação: “A palavra egípcia para morte no título desse livro também pode ser traduzida por iniciação. Consequentemente, a antiga cultura egípcia não seria um culto aos mortos, mas um culto à iniciação.” Não por acaso, a iniciação em diversas correntes esotéricas trabalham com a encenação da morte e um renascimentos para uma nova consciência, porém, é importante entender as diferenças entre iniciação e ritual de admissão.
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O ritual de admissão geralmente está ligado a sociedades iniciáticas e dramatizam transformações que devem ser ocorridas dentro do neófito, funcionando como um gatilho para seu subconsciente. Este tipo de ritual não é imprescindível para a iniciação que está intimamente ligada a uma elevação interna, um passo rumo à elevação espiritual. Enquanto o ritual de iniciação é um processo exterior, a iniciação, de fato, é interior.
Toda iniciação é precedida por uma ou várias peregrinações. A peregrinação é um símbolo de uma luta interna contra suas própria natureza humana, um diálogo consigo mesmo, para que o materialismo possa dar lugar ao transcendental. Porém, essa peregrinação é feita num caminho que pode ser percorrido por qualquer um, pois “o Extraordinário reside no Caminhos das Pessoas Comuns”. Afinal, “todos os caminhos são mágicos se nos levam a nossos sonhos”. Esses sonhos são o alimento da alma assim como temos o alimento para o corpo. Porém, isso não significa que esse caminho é fácil. O caminho para quem de fato somos não é fácil e se assim, não estaria correto. A maior dificuldade nesse caminho é “distinguir entre o que é verdadeiro e o que não é”.
A real peregrinação acontece no interior de cada um de nós, abrindo caminho pelos pesados e entulhados escombros provocados pelo exterior. Por essa lógica, também toda tradição esotérica possui uma peregrinação, que é nada além de uma repetição em menor escala daquilo que fazemos quando decidimos reencarnar novamente para termos novas experiencias. Lembremos princípio básico do hermetismo: “o que está em cima é como o que está embaixo”.
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A aventura de viajar em direção ao Desconhecido é exatamente o objetivo da peregrinação e exatamente o que fazemos em todo o curso de nossa vida. Muitas vezes a falta de iniciativa provocada pela insegurança, pelo medo e pelos dogmas retarda nossa chegada, por nos fazer andar em círculos, adiando nossa iniciação. Noutras vezes o exercício intelectual complexo distrai o estudioso do esoterismo do real caminho, e aí deve-se voltar ao mais simples para entender o grandioso que foi esquecido pelo homem.
O caminho do conhecimento é um caminho aberto a todos os homens, às pessoas comuns. Geralmente, essa peregrinação começa com um renascimento simbólico e a certeza de que o mais importante é o Caminho, pois é ele que nos ensina enquanto o atravessamos em direção a iniciação. Cabe aqui o alerta que Leuenberger nos faz em seu livro “História do Esoterismo Mundial“: “Nunca será demais enfatizar que o verdadeiro conhecimento esotérico sempre esconde em si uma dupla semente: uma, que estimula a vida construtiva; e outra, que a destrói. Ele é tanto meio de cura, como um veneno, simultaneamente.”
O que é a Era de Aquário?
No esoterismo costuma-se dizer que estamos na transição da Era de Peixes para a Era de Aquário. Nos exatos momentos de mutação dos tempos sempre acontece o mesmo fenômeno: o conhecimento, antes mantido em segredo e reservado a uns poucos círculos esotéricos, de repente se espalha e se torna mais ou menos acessível ao povo em geral. Esse fenômeno já aconteceu no início da Era de Áries, quando os Vedas dos rishis foram transmitidos por meio da linguagem e, desse modo, puderam ser lidos e compreendidos por todos.
Obviamente que estes termos estão ligados aos segmentos zodiacais. Sim, o Zodíaco, aquele círculo graduado no céu projetado para medir ps movimentos do Sol e dos planetas, dividido em doze signos, cada um associado a uma constelação com a qual esta associado. Hoje, os signos e as constelações já sofreram algumas alterações em suas correspondências por causa da precessão do eixo da Terra. O Zodíaco nos oferece uma informação de que o desenvolvimento da humanidade é dado por ciclos de dois mil anos.
Segundo os estudiosos do zodíaco, por consequência do esoterismo, a Era de Peixes teria se iniciado ano zero, e seguido por todo o período de disseminação espiritual do cristianismo. Com o final de II Guerra Mundial e a explosão de primeira bom atômica, a humanidade estabeleceu um novo marco em transição cultural e desde então estamos num período de transição. Ou seja, estamos às portas da futura Era da Aquário, que alguns espiritualistas também chamam de era de regeneração de nosso planeta. Um indício simbólico nos é dado voltando à antiga Babilônia, onde a constelação de Aquário era associada à deusa da cura e do nascimento.
As Sociedades Secretas guardaram as chaves do esoterismo na Idade das Trevas
Uma pergunta óbvia é onde entram as sociedades secretas no conceito de esoterismo. Assim como a religião e as crenças são formas de atrair membros e utilizar um estado elevado do indivíduo para seus próprios fins, sejam quais forem, as sociedades secretas possuem membros escolhidos e pertencentes a uma minoria. As sociedades secretas possuem na iniciação sua marte mais importante. Existem níveis para a iniciação, assim como em qualquer religião.
Porém, estudando com mas profundidade as sociedades secretas é possível é observar que esse é um processo quase aleatório e a verdadeira iniciação só chega muito mais tarde. Nelas também existe uma peregrinação a ser feita em busca da real iniciação. Um dos mais conhecidos e polêmicos destes testes envolviam os históricos Cavaleiros Templários: o iniciado deveria cuspir na cruz, um dos símbolos máximos do cristianismo. Porém, existia uma explicação para esse teste: a escolha do inciado irá apenas direcioná-lo dentro da ordem templária, dividido entre a fé de quem não realizar o que foi mandado e a disciplina de quem a cumprir. Ou seja, todos iniciavam seu caminho por um lugar diferente, mas com o mesmo objetivo.
Porém, muitas vezes essas sociedades secretas detentora de crenças e ensinamentos estranhos ao senso comum pode se tornar aceito. O caso mais clássico é o Cristianismo, que em seus primeiros dias era classificado com um culto ou organização secreta pelo fato de ter que permanecer oculto. Mas como sabemos, essa corrente secreta do Cristianismo cresceu muito, inclusive com o ingresso de membros que tinham posições de “autoridade estatal”.
Claro que a maioria das sociedades secretas permanecem com seus ensinamentos e ritos verdadeiros de forma oculta, mas do que realmente sabemos suas ligações com as antigas Escolas de Mistérios e as mentes mais elevadas da humanidade são verdadeiras. Como bem nos disse Le Couteulx de Canteleu, “todas as sociedades secretas têm origens quase análogas, desde o egípcios até a Maçonaria e os Illuminati, e a maioria delas forma uma corrente e dá ensejo ao surgimento de outras”.
Novos sistemas religiosos são apenas antigas religiões renovadas, com nomes e cenários diferentes, mas as crenças fundamentais são as mesmas, cabendo interpretações diferentes. Um exemplo disso reside nas interpretações astrológico-teológicas do Livro do Apocalipse da Bíblia Sagrada, baseados nos princípios de que Jesus seria o Sol, Maria como a Lua, e os 12 apóstolos são os signos do zodíaco.
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