O PRIORADO DE SIÃO | Da Lenda do Santo Graal à Pierre Plantard

O Priorado de Sião ganhou muita notoriedade em 1982, quando Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln escreveram um livro chamado “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada”, que inclusive muitos acusam Dan Brown de plagiar para criar sua história em “O Código Da Vinci”.

É nesse livro em que os autores apresentam a ousada teoria de Jesus teria se casado com Maria Madalena, concebido filhos que emigraram para o sul da França e desabrocharam na dinastia Merovíngia, que teria no Priorado de Sião até os dias de hoje um protetor.

Mas a existência do Priorado de Sião sempre foi contestada.

Estudiosos portugueses afirmam que se trata, na verdade, de uma organização francesa, cujo nome original é Prieuré de Sion (que pode ser traduzido para o Brasil como Monastério de Sião).

Desta forma, surgem mais perguntas e uma névoa espessa encobre a verdade histórica desta ordem que pode ser até mesmo uma farsa, como veremos abaixo.

O Priorado de Sião

O PRIORADO DE SIÃO EXISTE? 

Ao menos no papel ela existe sim!

O Priorado de Sião é uma entidade registrada na França como uma Cavalaria de Normas Católicas e Instituições de União Independente.

Segundo seus estatutos internos, a ordem possui 9841 membros divididos em nove graus à partir do Grão-Mestre. Os demais são divididos entre os que pertencem à Legião, encarregada do apostolado, e à Falange, que cuida da tradição.

Porém, quando se trata do Priorado de Sião tudo é muito especulativo e há quem acredite que toda essa história seria um engodo criado por estudantes franceses na década de 1950, usando brechas na história oficial.

A LENDA DO PRIORADO DE SIÃO.

Segundo a lenda, o Priorado de Sião seria uma sociedade secreta criada após o fim da Ordem dos Cavaleiros Templários para manter um segredo que abalaria as estruturas do cristianismo medieval: Maria Madalena e Jesus tiveram filhos!

É possível até que o o famoso segredo que deu a fama e a prosperidade aos Templários seria uma prova de que Jesus Cristo não foi crucificado, mas que teria se exilado no sul da França, onde, ao lado de Maria Madalena, teria dado início à dinastia Merovíngia.

Além de manter o segredo, o Priorado de Sião era encarregado de zelar pela saúde e preservação desta descendência.

Entre os integrantes desta sociedade secreta  estariam alguns dos principais nomes das artes e das ciências na Europa.

Em suas fileiras de grão-mestres, por exemplo, estariam Leonardo da Vinci, Isaac Newton, Victor Hugo, Claude Débussy e Jean Cocteau.

No estatuto do Priorado de Siao existiria uma lista com vinte e seis grão-mestres, formando uma corrente-subterrânea de conhecimento disponível apenas para alguns iniciados que envolviam segredos como os Merovíngios e a lenda de Rennes-le-Château.

Quem Eram Os Merovíngios?

Os Merovíngios reinaram durante os séculos 5, 6 e 7 em parte da França e da Alemanha.

Seu fundador foi o mitológico rei Meroveé, cuja lenda em torno de seu nascimento afirma que ele é fruto do cruzamento entre uma mulher e uma misteriosa criatura marinha, o que teria conferido a seu sangue propriedades humanas e sobrenaturais

Conhecidos como reis bruxos, os merovíngios eram adeptos da poligamia e do esoterismo.

Após as invasões bárbaras eles migraram para a Gália, onde desenvolveram uma civilização com ênfase no conhecimento científico, nas artes e no comércio marítimo.

A origem dos merovíngios é teoricamente também ligada à região da Arcadia, na Grécia.

A Igreja de Saint-Sulpice e a Temple of Church

A Igreja de Saint-Sulpice foi sede da Companhia do Santo Sacramento, uma sociedade secreta que poderia ser o Priorado de Sião.

Outro local importante na história do Priorado de Sião é a Temple Church, ou Igreja do Templo, localizada entre o centro financeiro de Londres e o rio Tâmisa e construída pelos Cavaleiros Templários em 1185.

Essa Igreja foi centro de operações tanto dos Templários quanto do Priorado de Sião na Grã Bretanha.

A Igreja conta com estátuas fúnebres de nove cavaleiros templários, duas colunas negras e uma cripta sob a base da igreja descoberta após a II Guerra Mundial, onde alguns dizem ser um possível localização do tesouro templário.

O SANTO GRAAL E A LINHAGEM SAGRADA

“O Santo Graal e a Linhagem Sagrada” é um livro central na história (ou na mentira, se preferir) do Priorado de Sião.

Publicado em 1982 ele é fruto de uma pesquisa originalmente empreendida por Henry Lincoln para dois documentários para a televisão britânica, ambos inspirados no livro “O Tesouro Maldito”. 

Ao lado de Lincoln na escrita do livro estavam o psicólogo Michael Baigeant e o romancista Richard Leigh, que criaram uma narrativa historiográfica muito bem desenhada e que chega a conclusões impactantes para o pensamento religioso ocidental.

Em suas páginas, “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada” propunha que Jesus era um revolucionário judeu que falsificou a própria crucificação e fugiu com Maria Madalena para o sul da França, sendo que sua descendência era protegida por uma ordem secreta.

Porém, a associação com Pierre Plantard foi o balde de água fria na teoria dos autores do livro.

Vamos entender melhor essa história toda. Quem de fato era Plantard e qual sua ligação com o Priorado de Sião?

A FRAUDE DE PIERRE PLANTARD.

Como era de se esperar, “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada” jogou luz sobre Pierre Plantard de Saint-Clair, à época o grão-mestre do Priorado de Sião e suposto descendente da dinastia merovíngia.

Porém, essa organização teria sido criada pelo próprio Pierre Plantard, há menos de meio século, no dia 20 de julho de 1956, quando ele registrou legalmente junto ao governo francês o Priorado de Sião e passou a publicar a revista oficial da ordem, a Circuit.

O pedido de autorização para sua constituição data de 7 de maio de 1956 e foi oficializado na sub-prefeitura de polícia da cidade de Sain-Julien-en-Genevois (Alta Sabóia), mediante uma carta assinada pelos quatro fundadores do Priorado de Sião: Pierre Plantard, André Bonhomme, Jean Deleaval e Armand Defago.

Ao forjar uma tradição para o Priorado, Plantard teria criado uma falsa tabela de Grão-Mestres listados desde o Século XII, que inseriu nos Dossiers Secrets do psedo-Lobineau, depositados na Biblioteca Nacional, em Paris, a 27 de abril de 1967.

Porém, historiadores acreditam que não havia legitimidade na alegação de Plantard de ser um representante da dinastia Meronvígia.

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