Hiram Abiff | O Construtor do Templo de Salomão e Arauto da Maçonaria

Hiram Abiff seria, segundo a lenda, um homem muito habilidoso, capaz de trabalhar com metais, madeira, e pedra, e versado no ramo da construção, incumbido de ser o mestre de obras do Templo de Salomão e teria dado início ao pensamento esotérico ocidental que permearia sociedades secretas como os Templários, os Rozacruzes e, principalmente, a Maçonaria.

Aliás, Hiram Abiff é referenciado como o pioneiro da Maçonaria. Correntes esotéricas ainda apontam que ele seria uma das primeiras encarnações de um espírito ascensionado do sétimo raio e estaria ligado a nomes como Lázaro, o homem de Betânia, Christian Rosencreuz, e o Conde St Germain.

Claro que apontar o início da Maçonaria é algo não tão simples, pois as origens são cercadas de lendas. Pesquisadores maçônicos propõem que a sociedade remontaria ao Antigo Egito e à linhagem de construtores de templos e pirâmides egípcias, onde existem muitos desenhos de faraós egípcios usando o avental que era utilizado em rituais, e que lembrava muito a peça maçônica.

Outra corrente de historiadores defende que Tubalcaim foi o primeiro maçom. Descendente de Cain, filho de Lamec com Seba, ele ficou conhecido como pai dos que trabalhavam com cobre e ferro. Dentre os pioneiros, ainda apontam Ninrode, o fundador da Babilônia e arquiteto da Torre de Babel, um símbolo comum no ideário maçônico.

Porém, o mais icônico e reverenciado pioneiro da Maçonaria foi Hiram Abiff. Basicamente, o núcleo da Maçonaria surge da história bíblica da construção do Templo de Salomão.

Claro, sua filosofia bebe de outras culturas, principalmente da egípcia, mas é fato que muito que é contado em I Reis e II Crônicas, na Bíblia Sagrada, sobre Hiram, não o rei de Tiro, mas sim o filho de uma viúva, serve de arquétipo do mestre maçom.

E a expressão “Não há ajuda para o filho da viúva?” poderia ser um código entre irmãos maçons onde um pede ajuda ao outro. Sendo tanto um apelo quanto uma forma de reconhecimento mútuo.

Uma outra lenda nos diz que Joseph Smith, o profeta e fundador Mórmon, um maçom exemplar, tentou clamar pela lamento de Hiram, mas foi atingido por um tiro antes de completá-lo. Na Bíblia, após o rei Salomão consagrar o templo, Hiram desaparece da narrativa.

Mas sua lenda é um tanto mais profunda.

A Lenda de Hiram, o Filho da Viúva

Provavelmente, em meados no século XVIII, quando a maçonaria moderna dava seus passos iniciais, a lenda de Hiram Abiff e seu assassinato surge.

Conta-se que o Templo de Salomão foi construído sobre um leito de pedras onde Enoch teria escavado e construído uma série de nove câmaras empilhadas e abobadadas, conectadas por meio de uma abertura no topo, até alcançar a câmara superior, que era fechada por por uma porta de pedra especial com uma argola de ouro, responsável por guardar um tesouro.

A lenda maçônica nos conta que Hiram, o rei de Tiro, o rei Salomão e Hiram Abiff eram todos considerados mestres maçons e guardavam o segredos e conhecimentos.

Hiram Abiff teria guardado alguns segredos nos pilares ocos do templo, despertando a cobiça de trabalhadores que conspiram para obtê-los e sair da condição de trabalhadores braçais.

Os conspiradores armam uma emboscada onde ele morre sem revelar seus segredos após gritar o lamneto: “Oh, Senhor, meu Deus, não há ajuda para o filho da viúva?”

Os assassinos fogem abandonado seu corpo que é encontrado já em estado de decomposição por outros pedreiros que levantaram seu corpo com um gancho de cinco pontas para investigar se ele havia deixado alguma chave para seu conhecimento secreto.

Segundo Max Heindel, Hiram Abiff seria a mais antiga encarnação conhecida de outro personagem enigmático, Christian Rosenkreuz, o arauto da Fraternidade Rosacruz. Ou seja,  a Maçonaria e a Ordem Rosacruz seriam iniciadas pelo mesma entidade, através de encarnações distintas.

Na sequência que Heindel nos apresenta estão Lázaro, o homem de Betânia (ressuscitado por Jesus Cristo, numa alegoria para a iluminação atingida por ele). Posteriormente à sua encarnação como Christian Rosencreuz viria o enigmático Conde St Germain, e sua última encarnação conhecida, ou melhor, especulada, seria como Rasputin. Mas tudo baseado em respeitadas fontes esotéricas e místicas, ou seja, pode ser apenas uma extensão da lenda.

O Simbolismo do “Filho da Viúva”

O termo “filho da viúva” pode ir além da definição estrita de filho de uma mulher cujo esposo está morto, sendo também interpretado como um “homem sem pai”, um “homem sem um pai  natural” – como o são diversos semi-deuses mitológicos: o persa Mitra, o egípcio Hórus, Buda, Krishna, além de Jesus, obviamente.

Esta característica de nascimento com implicações sobrenaturais confere a certas figuras propriedades divinas e místicas. E talvez esta seja a real interpretação da lenda de Hiram Abiff, alguém com conhecimentos e sabedoria sobrenaturais.

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