Lúcifer: O que diz o Livro de Urantia, a Quinta Revelação?

De todas as linhas de pensamento que estudei sobre a fascinante figura de Lúcifer, a que será apresentada talvez seja a mais surreal e ao mesmo tempo a mais crível de todas, e ela esta registrada no “Livro de Urantia”, um livro que traria a quinta revelação para a raça humana e esclareceria as dúvidas finais sobre os aspectos do universo.

Segundo a história nos conta, entre os anos de 1928 e 1934, setenta pessoas residentes em Chicago receberam 197 documentos que foram compilados como O Livro de Urântia. Neste compêndio estariam textos que contariam a nós, humanos, toda a formação do Universo, sua divisão burocrática e explicaria em pormenores todo o plano universal, bem como responderia todas as questões inerentes ao nosso planeta, nomeando, especificando e detalhando todos os elos perdidos de nossa origem.

Porém, nosso interesse maior no texto de hoje é apresentar o que esta revelação no conta sobre Lúcifer e sua rebelião. Todavia, para entender de forma efetiva todo o cenário universal em que Lúcifer se insere, será necessário um prelúdio elucidativo quanto a estrutura universal apresentada pelos arquivos de Urantia.

A Hierarquia de Lúcifer pelo Livro de Urantia

Segundo os relatos aqui apresentados, Deus seria o Criador Pessoal do Paraíso de Havona e o controlador dos Superuniversos em níveis físicos, mentais e espirituais, além de ser a fonte criadora dos Filhos Criadores, responsáveis pela criação e organização dos universos de espaço-tempo.

Nosso Universo Local de Nebandon foi concebido por um destes Filhos Criadores, denominado Mikael, que seria a nós apresentado como Jesus de Nazaré e cuja experiência carnal neste planeta seria necessária para sua completa evolução e seu estabelecimento como governante soberano. Pela jornada de Mikael na Terra (ou Urântia), nosso orbe é conhecido nas esferas superiores como “o planeta da cruz”.

Lúcifer nesta revelação é referenciado como um ser de muita experiência de serviço em muitos Sistemas e distinguível por sua sabedoria, sagacidade e experiência. Ele ocupava a terceira ordem de filiação do universo, a dos Lanonandeques, que era a mais baixa ordem no âmbito divino da criação.

A grande maioria destes Filhos se ocupa da soberania dos sistemas locais e como príncipes planetários, governantes da administração dos mundo habitados. Devido ao seu grau na ordem do Filhos, os Lanonandeques tiveram que frequentar preparações para o serviço subsequente e Nebadon começou sua existência com exatamente doze milhões destes Filhos Lanonandeques, que foram divididos em três categorias conforme o aproveitamento de sua preparação, onde eram medidas suas aptidões, personalidades e alcance de suas realizações.

Lúcifer se enquadrou dentre os Lanonandeques Primários, a categoria mais alta das três e, junto dos setecentos mil desta classe, era o trigésimo sétimo mais capacitado de sua ordem. Com estas qualificações se tornou Soberano do nosso Sistema de Satânia, à época com 607 mundos habitados, sendo o nosso planeta, Urântia, o de número 606.

Neste contexto, Lúcifer seria um dirigente administrativo, ao lado dos Pais Altíssimos das Constelações, na linha direta de autoridade de Nébadon. Como um ser não ascendente é descrito na Quinta Revelação como

“perfeito eram os teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que a falta de retidão fosse encontrada em ti” e completa: “o teu coração enalteceu-se por causa da tua beleza; tu corrompeste a tua sabedoria em vista do teu esplendor. De que modo tu caíste dos céus, ó Lúcifer, filho da manhã! Tu que ousaste confundir os mundos, como foste abatido!”

Por vaidade e auto-admiração Lúcifer abraçou a oposição à lealdade universal, às obrigações fraternais e se tornou cego para as relações cósmicas, sendo apenas um dos três Soberanos de Sistemas que desrespeitaram o Filho Criador e que sucumbiram ao impulso do ego.

Lúcifer, Satã e o Diabo

Segundo estes textos, Lúcifer, Satã e o Diabo seriam seres diferentes. Satã seria o primeiro assistente de Lúcifer, também um Lanonandeque primário, que participou ativamente da insurreição de Lúcifer como interventor da causa rebelde em nosso planeta perante o nosso Príncipe Planetário Caligástia, um Lanonandeque secundário, também referenciado como Diabo.

Durante o processo de insurreição, Mikael ainda não estava preparado para sua auto-outorga como Soberano de Nebadon e os três, Lúcifer, Satã e Caligástia se uniram para causar o fracasso da última missão dele como Jesus em nosso orbe. Mas a tentação no deserto se mostrou infrutífera, como sabemos pelos registros da Bíblia Sagrada.

A Rebelião de Lúcifer pelo Livro de Urantia

O governo de Lúcifer e Satã durou por cerca de quinhentos mil anos e teve no Soberano do Sistema o cerne intelectual das bases rebeldes, que, apesar da resistência, conseguiu corromper Satã, que por sua vez persuadiu Caligástia, culminando no desencaminhar de Abaddon, dirigente do corpo de assistentes de Caligástia e Belzebu, líder das criaturas intermediárias que se aliaram à rebelião.

O Dragão se tornou uma representação simbólica para esta formação rebelde, cujos atos fizeram com que Gabriel se deslocasse de Salvigton para vir prender os líderes rebeldes.

Durante uma espécie de conclave, há cerca de duzentos mil anos, Satã proclamou que a adoração podia ser dedicada às forças universais, mas que a lealdade seria apenas dedicada ao governante atual do Sistema, Lúcifer, o “Deus da Liberdade”.

Prometeu ainda aos príncipes planetários o governo supremo de seus planetas. Apesar de optarem pela não interferência na questão dos rebeldes de Nebadon, os Pais da Constelação confinaram a ação rebelde ao Sistema de Satânia, tornando a época em um verdadeiro caos, com as forças rebeldes agindo por quase duzentos mil anos sem interferência, mas sem extrapolar o Sistema.

Com Mikael às margens da guerra que se iniciava, muito por estar de dedicando ao processo de preparação para a soberania do Universo de Nebadon, Gabriel se tornou líder das hostes leais na guerra contra o Dragão.

Aqui cabe a observação de que uma guerra nestes ambientes não se assemelham a conflitos armados que vemos em nosso planeta.

No fim das contas, a rebelião corrompeu trinta e sete príncipes planetários, levando uma quantidade considerável de seres à sedição e tivemos como sucessor de Lúcifer, Lanaforge, que afastou todos os rebeldes de qualquer poder governante, mas permitindo que transitem em qualquer parte das esferas moronciais e circulando pelos mundo habitados, seduzindo e corrompendo as mentes dos anjos e dos homens.

Tal concessão foi feita, pois à época não havia em Satânia uma autoridade que pudesse julgar o rebelde perverso, pois Michael ainda não se tornara um governante soberano.

Hoje, Lúcifer aguarda julgamento e pode ser até mesmo extinto do Universo. Caligástia foi o responsável por tentar Adão e Eva no “Jardim do Éden” usando artimanhas mais sutis e menos ficcionais como a alegoria apresentada em Gênesis e Satã já se encontra julgado e preso. Do que já tive oportunidade de absorver do Livro de Urântia, este registro se mostra interessante além do nível de “mera curiosidade”.

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