Eliphas Levi: A Filosofia do Pai do Ocultismo Moderno

Descubra a vida e obra de Eliphas Levi, considerado o pai do ocultismo moderno. Conheça sua inspiração e influência no mundo do esoterismo.

Eliphas Levi é amplamente reconhecido como o pai do ocultismo moderno. Sua obra teve um impacto significativo no mundo do esoterismo, inspirando e influenciando muitos estudiosos e praticantes. Neste artigo, vamos explorar o pensamento de Eliphas Levi e seus principais ensinamento filosóficos no campo do ocultismo.

Eliphas Levi - A Inspiraçãos do Ocultismo Moderno


Os 5 Livros Mais Importantes de Eliphas Levi

  1. “Dogma e Ritual da Alta Magia” – Link do Livro
  2. “História Da Magia” – Link do Livro
  3. “O livro dos esplendores” – Link do Livro
  4. “A chave dos grandes mistérios” – Link do Livro
  5. “O Livro Dos Sábios” – Link do Livro

Eliphas Levi é um nome recorrente quando começamos a ler sobre hermetismo, ocultismo, espiritualidade e magia.

Sua influência parece percorrer todas as formas com que estes conhecimentos são disseminados no mundo ocidental.

Ocultista francês, Eliphas Levi teve seu trabalho mais tarde traduzido  por Arthur Edward Waite, líder da Golden Dawn, e logo sendo disseminado pelas inúmeras sociedades iniciáticas da época.

Seus escritos fariam dele grande parte da inspiração por trás do renascimento da magia e do ocultismo no final do século XIX, mesmo que no fim da vida, após uma reconciliação equívoca com a Igreja, ele alerte contra a prática da magia.

Eliphas Levi se fazia como exemplo de que o sentimento religioso pode perfeitamente acordar-se com a ciência e com a razão.

Ele promulgava a reunião e reconciliação das religiões ocidentais num espírito de síntese que tende a coordenar tudo.

Nesse artigo queremos aprofundar um pouco mais em sua filosofia.

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Uma Breve Biografia de Eliphas Levi

O ocultista francês Eliphas Levi nasceu Alphonse-Louis Constant em Paris em 1810, adotando o nome pelo qual é mais conhecido (uma versão judaizada de seus nomes próprios) em 1845.

Sua carreira no sacerdócio teve vida curta, e Levi deixou o seminário em 1836 após se apaixonar por Noémie Cadiot, com quem se casou mais tarde.

Em 1841, Levi foi condenado a oito meses de prisão por publicar um tratado chamado “La Bible de la Liberté”, e com o passar do tempo seu interesse pelo ocultismo se aprofundou, publicando obras seminais para as ciências ocultas no fim do Século XIX.

Eliphas Levi morreu em 1875, ano em que Aleister Crowley nasceu. Isso levou Crowley a alegar ser uma reencarnação do necromante reformado, embora Levi não fosse de forma alguma o único nesse aspecto.

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Deus

Eliphas Levi apresenta um conceito elegante sobre a crença em Deus: “Não podemos compreender Deus. Podemos apenas saber o que dizemos quando sussurramos seu nome; porém, sentimos em nós uma necessidade imperiosa, invencível, absoluta de crermos e amá-lo.

Ao mesmo tempo ele amarra o princípio hermético da correspondência com o ensinamento de que “somos criados à imagem e semelhança de Deus”.

Nesse contexto, Deus se revelaria por leis e em leis que não mudam jamais. Ele é implacável porque não se irrita jamais. Não saberia perdoar porque jamais se vinga.

Até por isso, numa conclusão lógica, a natureza não poderia infringir a menor das suas leis sem cair toda ela na demência.

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O Baphomet

A  imagem do Baphomet foi relacionada a um bode pela primeira vez em 1854, por Eliphas Levi e é também denominado como Bode de Mendes ou Bode do Sabbath.

Esta foi a primeira associação do ídolo templário à uma cabeça de bode  e a alcunha Bode de Mendes se dá pelo fato do ritual de sacrifício de um bode na cidade de Mendes no Antigo Egito.

É certo que tanto o bode quanto o carneiro são símbolos de virilidade e fertilidade, mas  o segundo está relacionado a coisas positivas como pureza, vida e santidade, enquanto o bode está diretamente ligado ao outro lado da balança, ou seja, às forças negativas como luxuria, sacrifício e perversão.

Mas é sempre bom salientar que não existe nenhuma evidência da ligação do Baphomet templário com o de Eliphas Levi.

Segundo Levi, as inscrições SOLVE ET COAGULA nos antebraços da figura marcam o ciclo da vida: geração, nascimento e morte, para depois haver uma nova geração que nos dará continuidade  cíclica interminável.

O pentagrama (que não sendo invertido é um simbolo de luz, centro místico e expansão do universo. Ainda é um símbolo de perfeição e do princípio divino no coração)  na fronte faz do Baphomet um símbolo de luz, com as mãos faz o sinal do ocultismo, mostrando acima a lua branca de Chesed e embaixo a lua negra de Geburah exprimindo o perfeito acordo da misericórdia e da justiça.

O facho de inteligência que brilha entre seus chifres é a luz mágica do equilíbrio universal e, também, da alma cima da matéria.

A cabeça horrenda exprime o horror do pecado de que só o agente material, único responsável, deve para sempre sofrer a pena.

O caduceu que está no lugar do órgão gerador representa a vida eterna, o ventre coberto de escamas representa a água, o círculo acima é a atmosfera, as penas são o símbolo do volátil e a humanidade é representada pelos dois seios e pelos braços andróginos.

Ele se senta num cubo, que pode ser o símbolo da pedra filosofal  e da cruz de Hermes.

Suas asas angelicais expressam a capacidade de elevação espiritual  e seus chifres são um antigo símbolo de sabedoria e divindade. 

Representação do Baphomet de Eliphas Levi

A Bíblia

Em “O Livro dos Sábios”, Eliphas Levi apresenta ao Protestante, um dos arquétipos com quem trava um diálogo, sua visão sobre a Bíblia:

“A Bíblia! Esta Babel da antiguidade oriental; este livro sobre o qual empalideceram-se os eruditos de tantos séculos, esta enciclopédia abstrata, que um dos nossos grandes poetas chama com razão de um terrível mar semeado de escolhos.”

Segundo ele, a Bíblia seria a filosofia dos antigos, escrita em enigmas e em parábolas à maneira dos poetas orientias.

Além disso, ele observa que se Deus tem a obrigação de inspirar os homens, estes por sua vez não tens necessidade da Bíblia: “são todos profetas e teus sonhos são toda a lei.”

A Cabala

Levi afirmou que em 1854, em visita a Londres, ele convocou o espírito de Apolônio de Tyana, e em 1856 ele publicou talvez sua maior obra, “Dogma e Ritual de Alta Magia”.

Junto com “A Chave dos Grandes Mistérios” (1861) e “História da Magia” (1860) este livro formaria o cânone dos escritos de Eliphas Levi e faria dele grande parte da inspiração por trás do renascimento da magia e do ocultismo no final do século XIX.

Nestes importantes trabalhos, ele discutiu, entre outras ideias, a afinidade entre os vinte e dois principais arcanos do Tarô, as 22 letras do alfabeto hebraico e a Cabala.

A Cabala era um dos interesses permanentes de Levi, e ele a considerava mais profunda do que todas as outras filosofias juntas, tão exata quanto a matemática, e tendo o poder de controlar forças invisíveis que agiam por meio da “luz astral” que cercava todas as coisas.

Sua exposição do modelo Tarot-Kabbalah, embora ele não tenha sido o primeiro a sugeri-lo, tornou-se o modelo dominante para o desenvolvimento do Tarot, e um importante pilar da Cabala ocidental.

Inclusive, em “O Livro dos Sábios” temos a nítida sensação de que Eliphas Levi acreditava que aquilo que era ensinado a todos os iniciados das Antigas Escolas de Mistérios era a Cabala, a qual chamava de Chave Primordial:

“A Cabala é a fórmula cifrada da hipótese divina. Os mistérios são os teoremas de sua álgebra. É simples como dois e dois são quatro, clara como as quatro regras da aritmética é obscura aos ignorantes, como a tábua de logaritmos ou binômio de Newton”.

É importante registrar que Levi considerava que fora da matemática pura, tudo não é verdadeiro senão proporcionalmente, relativamente e progressivamente.

Inclusive, em “O Livro dos Sábios” temos a nítida sensação de que Eliphas Levi acreditava que aquilo que era ensinado a todos os iniciados das Antigas Escolas de Mistérios era a Cabala, a qual chamava de Chave Primordial.

O Ser Humano, a Natureza e a Morte

A crença de Levi era que todos os males da alma humana vêm do temos e do desejo, algo que reflete uma influência dos ensinamentos orientais na sua filosofia.

A pena não é uma vingança, é um remédio. A expiação não é uma servidão, é um tratamento.

Quando um ser imperfeito vai morrer por decrepitude, ou seja, por impotência, a natureza rejeita tudo o que poderia conservá-lo na sua imperfeição atual.

Isso é certo para as religiões, impérios, civilizações e homens.

A morte não aniquila senão o imperfeito; é como um banho de fogo que separa do seu aleamento o metal pura.

É por isso que o Salvador do Mundo (para Eliphas Levi, Jesus Cristo) dá o nome de fogo eterna aqueles limbos da vida, onde a imperfeição necessita sempre a morte.

A morte é o que ele chama de “banho do esquecimento”, “fonte da juventude onde submergem-se por um lado os anciãos e de onde saem da sombra as crianças”.

Tecendo uma alegoria para o Princípio da Vibração, ele diz que nossas almas são como música da qual nossos corpos são os instrumentos; a música subsiste sem o instrumentos; porém, não pode se fazer ouvir. Sem um mediador material é inconcebível e inapreensível.

Nesse contexto vibratório, o livre-arbítrio do homem existe, de fato, mas está influenciado por uma atração.

As Raças que Passaram pela Terra

Como ensinado em diversas escolas ocultistas e espiritualistas, Eliphas Levi acreditava que não éramos a primeira raça a pisar sobre a Terra.

Ele ensinava que desde há cento e cinquenta mil anos ou mais, que se sucedem raças humanas sobre a Terra.

Essas raças diferiram essencialmente uma das outras e pereceram pelas suas imperfeições.

Estas raças não puderam ter mais que uma responsabilidade relativa a seu desenvolvimento.

A raça atual perecerá como as outras e dá sinais de decrepitude.

Os homens que virão depois de nós serão superiores, como nós somos superiores ao orangotango e ao gorila.

Estes serão responsáveis porque serão livres e Deus já não terá necessidade de morrer.

As raças humanas sucedem-se, aperfeiçoando-se; porém, cada uma delas tem sua infância, seu ápice e sua decadência, como os impérios e como os homens.

As raças anteriores à nossa envelheceram, enervaram e morreram; é o que explica o dogma do pecado original e da decadência adâmica.

O Espírito da Verdade e o Diabo

Para Eliphas Levi, o espírito da verdade é aquilo que explica tudo e não destrói nada.

Explicar seria transformar e na natureza tudo se transforma, nada se destrói.

Segundo seu pensamento, o mesmo aconteceria com a verdadeira religião.

Levi nos diz que Satã é a ficção do absoluto mal, o mais travido e, talvez, o mais sublime dos sonhos do orgulho humano.

Ficção necessária para a afirmação integral da liberdade humana que, por meio deste absoluto fictício, parece equilibrar a mesma onipotência de Deus.

O diabo dogmático é o ateísmo personificado.

O diabo filósofo é o ideal exagerado da liberdade humana.

O diabo real ou físico é o magnetismo do mal.

Nas palavras estritas de Eliphas Levi, “São João chama-o a besta porque sua essência é a imbecilidade humana”.

O Magnetismo

O imã humano representado pelo pentagrama tem tantos pólos como centros.

Os dois polos da cabeça são os dos pés; os dois pólos da mão direita são a mão esquerda e o pé esquerdo; os dois pólos da mão esquerda são a mão direita e o pé direito; os dois pólos do pé direito são a cabeça e a mão esquerda; os dois pólos do pé esquerdo são a cabeça e a mão direita.

O imã humano é duplo em cada sujeito; masculino, ou seja, irradiando à direita; e feminino, absorvendo à esquerda, com matizes e irregularidades causada pela diferença dos hábitos e caracteres.

Essa seria uma forma mais profunda de se explicar o Princípio de Gênero do Hermetismo, aplicado ao homem.

Segundo Eliphas Levi, os feiticeiros fazem verdadeiros milagres quando estão ajudados pela credulidade dos imbecis. Esta é uma observação que explicava como o magnetismo de Hitler foi tão poderoso.

Ao mesmo tempo ele alerta que nada quebra tanto os círculos magnéticos como uma gargalhada.

A Ciência e a Religião

Parafraseando Eliphas Levi, a ciência dissipa os terrores do desconhecido, libera-nos dos nossos preconceitos, dá uma regra certa aos nossos desejos e uma carreira infinita a nossa atividade estimulada por legitimas esperanças.

Devemos lembrar que Ciência também era a forma utilizada para referenciar os Antigos Mistérios.

Para ele, aprofundar na ciência é descobrir a mina de ouro das esperanças legítimas e a verdadeira religião é inseparável da verdadeira ciência: “Há que saber para crer com razão”.

Para Eliphas Levi, todas as religiões tinham um lado verdadeiro e outro falso. É pelo seu lado falso somente que o inspiram o fanatismo.

A magia e a religião são uma só a mesma coisa, segundo seus ensinamentos. Ele continua dizendo que chama-se de religião a magia autorizada e a magia uma religião proibida.

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3 comentários em “Eliphas Levi: A Filosofia do Pai do Ocultismo Moderno”

  1. É incrível. Eliphas Levi dedicou toda a sua vida à magia, compartilhou tudo que aprendeu, e quando chegou a conclusão final de que a magia era uma prática prejudicial, as pessoas decidiram que nesse aspecto ele estava errado, mas nos anteriores não. As pessoas preferem o fascínio da mentira do que a simplicidade da verdade.

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