Quais São as Sete Leis Herméticas e Universais do “Caibalion”?

Quais São as Sete Leis Universais e Herméticas do “Caibalion”?

Estas sete leis herméticas seriam as leis básicas do hermetismo, elencadas por Hermes Trismegistos em sua Tábua de Esmeralda e que regeriam todo o universo, desde os planos mais densos até os mais sutis.

Mas vamos detalhar um pouco mais sobre essas sete leis herméticas que regem o universo, partindo de suas origens no hermetismo.

O HERMETISMO E A SETE LEIS HERMÉTICAS

O hermetismo foi uma filosofia levada para o renascimento, mas que era conhecida já na antiguidade.

Suas bases são sustentadas por sete princípios universais, ou sete leis herméticas, registrados e analisados num livro clássico: “O Caibalion”.

Esse conhecimento filosófico, em parte, havia sido escrito na Tábua de Esmeralda, que foi perdida, e pode ter sido enterrada secretamente nas planícies de Gizé, no Egito, por volta de 400 d. C., quando o Império Romano, ainda no processo de cristianização, estava procurando eliminar outras tradições religiosas.

Cópias do conteúdo da Tábua de Esmeraldas circulavam entre estudiosos e alquimistas nos séculos XVI e XVII, ligando os ensinamentos de Hermes Trismegisto ao ensinamento alquímico e a obtenção da Pedra Filosofal.

Dentre os principais tradutores da Tábua de Esmeraldas estavam Isaac Newton e Francis Bacon que basicamente traziam princípios herméticos, as sete leis herméticas.

As Sete Leis Universais e Herméticas registrados no “O Caibalion” são os sete princípios de Hermes Trismegisto.

Hermes, o Mensageiro dos Deuses, teria vivido no Antigo Egito, numa de suas primeiras dinastias entre 3200 a.C. e 2000 a.C., e seria a fonte de todos os preceitos fundamentais e básicos introduzidos nos ensinamentos esotéricos de cada raça. Foi o fundador da Astrologia, e descobridor da Alquimia, sendo aclamado como o pai da Ciência Oculta.

Entre as obras atribuídas a Hermes, podem ser citadas “A Tabua de Esmeraldas”, “O Poimandres”, “O Asclépios”, e a “Minerva Mundi” ou “Corê Cosmou”, mas seus princípios estão bem compilados e explicados n'”O Caibalion”, um dos principais livros modernos dentro do hermetismo.

Será à partir deste livro que tentaremos comentar a sabedoria impressa nestas sete leis herméticas, que na visão de Hermes, governam todos os planos da natureza.

Como podemos ler n’“O Caibalion”:

“Os princípios da Verdade são Sete; aquele que os conhece perfeitamente, possui a Chave Mágica com a qual todas as portas do Templo poder abertas completamente.”

Olhando para o terceiro e quinto princípios podemos dizer que Hermes Trismegisto antecipou em aproximados 4 milênios a Teoria das Cordas e a Lei da Ação e Reação de Newton, dois conceitos da ciência moderna.

Por aí já temos um exemplo do que ele quer dizer com o segundo princípio, o mais difundido do hermetismo. Para este princípio da Correspondência cabe a ressalva de que ele é baseado em analogias e correspondências, mas não em igualdade ou semelhanças.

O primeiro princípio do mentalismo é, talvez, o mais importante dentre os sete. O TODO pode ser aproximado grosseiramente do que chamamos de Deus, e o universo seria apenas uma criação mental do Todo, sendo a matéria nada mais do que força mental coagulada.

Por último, o sétimo princípio diz respeito ao gênero e aqui cabe a maior das ressalvas. Não existem implicações sexuais nesse princípio! O Gênero seria o elemento fecundador da vida em todos os Planos do Universo.

1º – O Princípio do MENTALISMO

 “O TODO é Mente; o universo é mental.”

O Universo é uma criação mental do TODO e a matéria não nada além de força mental coagulada.

Segundo Hermes, o universo é um palco montado dentro da mente do criador.

Todos os planos, mais densos ou mais leves são formas mentais do TODO.

O TODO seria o Universo Material, os fenômenos da Vida, a matéria e a energia; Realidade substancial e tudo o que tem aparência aos nossos sentidos materiais.

No Caibalion está registrado que a natureza íntima do TODO é incognoscível, pois seria esforço infantil da mente finita compreender o segredo do Infinito: “na essência, o TODO é incognoscível”.

Para muitos, o TODO é o que chamamos de Deus e o universo não passa de formas mentais deste TODO. Sendo assim, não podemos fazer nada além de assimilar a Lei que se manifesta nestas criações mentais.

Por Lei entende-se as regras universais, o esqueleto do Universo, o que rege o universo, a manifestação do TODO.

O TODO não é simplesmente Matéria, muito menos Energia ou Força mecanicamente cega, simplesmente. ELE é a Mente vivente, muito acima do que os mortais conhecem por essas palavras, e por isso “o TODO é a Infinita Mente Vivente; o Iluminado chama-o de ESPÍRITO!”

O TODO é o ESPÍRITO que passa em todos nós, sendo a Alma a SUA parcela que anima nosso corpo material.

Além disso, “o Universo é Mental; ele está na Mente do TODO”. Essa informação é essencial para entendermos como o Universo, e tudo o que nele contém, é uma criação Mental do TODO.

Muito atrelado a este Primeiro Princípio Hermético e esta forma de enxergar o Universo está a ideia de Transmutação Mental.

Podemos definir a Transmutação Mental como a arte de transformar e mudar os estados, as formas e as condições mentais em outras.

A ideia básica seria que a transformação que começa na Mente reflete nos demais planos, pois o poder que rege o universo é puramente mental, não se trata de materialismo ou utilitarismo.

Pois como nos ensina “O Caibalion”:

“Se um homem for um pensador ativo, ele realizará todas essas coisas mudáveis, que serão, contudo, aparências ou manifestações exteriores da mesma Força Oculta, da mesma Realidade Substancial”.

Desta forma, a Realidade Substancial é nada menos que O TODO, aquele que excede todos os nomes e todos os termos, a quem não devemos atribuir personalidade, emoções e qualidade, essas sendo apenas características do ser humano.

2º – O Princípio da CORRESPONDÊNCIA

“O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como está em cima”.

Talvez este seja o princípio hermético mais difundido!

Ele é baseado em analogias e correspondências, não em igualdades ou semelhanças.

Seu real significado é que existe uma correspondência entre as leis e os fenômenos dos diversos planos de existência e da Vida.

Um exemplo bem argumentado de como este princípio atua em nós mesmo está no artigo “Como está Constituído o Ser Humano”, escrito por Papus, em 1990.

Nesse fólio, Papus propões uma redução a um sistema ternário dos Sete Princípios de Hermes quando aplicado ao homem, sendo mais importante ensinamento, um caso particular deste segundo princípio hermético.

Além disso, por este Segundo Princípio Hermético, o Livro de Urantia ganharia ainda mais corpo e sentido.

Generalizando à partir do folheto de Papus, percebemos que os planos Mental, Espiritual e Material são análogos e interligados. Quando nos movemos em um plano, reflete nos demais.

Se pudermos manipular um plano para refletir com controle sobre todos os outros por similaridade, temos a MAGIA HERMÉTICA, real intensão dos alquimistas.

A famosa Pedra Filosofal era a capacidade de observar e abstrair da Lei.

3º – O Princípio da VIBRAÇÃO

“Nada está parado, tudo se move, tudo vibra.”

À julgar por este princípio hermético podemos dizer que Hermes tinha uma generalização do que hoje conhecemos como Teoria das Cordas.

Segundo seus ensinamentos, as diferenças entre as diversas manifestações da matéria, energia, mente e espírito resultam das ordens variáveis de vibração.

Tanto que cada um de nós possui um nome interno, que é a frequência em que vibramos entre as frequências mínimas, próximas de zero e as que tende ao infinito. Essa identidade seria uma espécie de endereço vibratório.

4º – O Princípio da POLARIDADE

“Tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. “Todos os paradoxos podem ser reconciliáveis.”

Esse princípio é a base da alquimia mental, que reflete como alquimia emocional.

Tudo no universo se apresenta de duas formas, nossa vibração que determina a polaridade que iremos ter contato.

Ou seja, tudo o que existe se apresenta de duas formas que estão sempre em tensão mútua, como os polos positivo e negativo de uma pilha.

A luz e a sombra são polos da mesma face universal do nosso universo dual.

Entre os polos diferentes existe um fluxo de forças que culminará em um polo de tensão e entrelaçado aos demais princípios será o impulsionador do universo.

5 º- O Princípio do RITMO

“Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações compensadas; o ritmo é a compensação.”

Este princípio garante que tudo no universo oscila num movimento ritmado entre os pólos, sendo o sustentáculo do Princípio da Polaridade.

Por esse princípio podemos crer que o universo é regido por uma lei de equilíbrio, usando o ritmo cíclico para empregar a Lei da Compensação, a regra que torna o universo organizado de forma perfeita.

Expansão e contração, movimento e inércia, todos os movimentos cíclicos obedecem à harmonia regida pelo princípio do ritmo.

Com isso, tenhamos em mente que todos os excessos vão cobrar uma consequência de igual medida.

6º – O Princípio de CAUSA E EFEITO

“Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa; tudo acontece de acordo com a Lei; O Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei ainda não conhecida, existem muitos planos de causalidade, mas nada escapa à Lei.”

Neste princípio sabemos que planos superiores dominam planos inferiores. Assim, o Plano Espiritual governa os planos Mental e Material, sendo esse último também governado pelo plano Mental.

Esse princípio é, em muitas tradições, conhecido como a Lei do Carma, além de nos reforçar o aforismo: “Sobre os homens, os astros inclinam, mas não determinam”.

Por esse Princípio também podemos balizar as vicissitudes de cada encarnação e a partir dele justificamos o que nos é dado como carma.

Entendendo esse princípio poderemos ter a consciência que tudo aquilo que nos acontece é apenas um efeito de uma causa criado por nós mesmos, nessa vida ou em outras.

Até por isso, somada à Lei da Compensação, o bem praticado hoje pode amainar os efeitos futuros gerados por causas passadas.

7º – O Princípio de GÊNERO

“O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios Masculino e Feminino, o gênero manifesta-se em todos os planos da criação.”

Esse princípio não tem nada a ver com sexo, é um desdobramento do Princípio da Polaridade, sendo o gênero o elemento fecundador da Vida em todos os planos.

Em qualquer lugar, em qualquer plano, em que uma coisa é criado no Universo, este princípio hermético se manifesta, sendo que o TODO em si mesmo está fora do Gênero; Ele é a Lei de que todas as Leis proferem, e não está sujeito a elas.

O TODO manifesta seu Desejo ( o princípio Masculino, Deus, o Pai, o Espírito) na Natureza (o Princípio Feminino, a Mãe Universal) para gerar o Universo.

RESUMINDO OS SETE LEIS HERMÉTICAS EM 4 PRINCÍPIOS PRINCIPAIS.

Hans-Dieter Leuenberger, em seu livro “História do Esoterismo Mundial”, nos diz que as leis herméticas de Hermes Trismegisto podem ser sintetizadas em quatro princípios fundamentais:

“1.   Tudo o que acontece no âmbito superior tem seu correspondente também nos âmbitos inferiores. O que acontece na esfera mais elevada influencia a esfera inferior; e, ao contrário, tudo o que acontece na esfera inferior é um reflexo daquilo que existe no superior. Resumindo, esse princípio é citado como: “Em cima, como embaixo.”

“2.   Tudo no mundo é polar. Isso significa que tudo o que existe se apresenta de duas formas; tudo se acha disponível em dois polos que estão em tensão mútua, como masculino-feminino, positivo-negativo, visível-invisível, e assim por diante.

“3.   Entre esses acontecimentos repletos de tensão representados por polos diferentes, existe um fluxo mútuo de forças que faz surgir algo novo, ou seja, uma terceira coisa que, junto com os dois primeiros polos, forma uma nova unidade. Essa unidade se torna então polo de tensão. Quando, por exemplo, um homem e uma mulher geram um filho, aparece uma nova unidade familiar, que pode se desenvolver também em outra família se viver em sua comunidade. Duas comunidades podem ser o ponto de partida para uma cidade, e assim por diante. O exemplo pode ser ampliado até chegarmos a toda a humanidade.

“4.   Tudo no cosmos é cíclico, rítmico e está sujeito à lei do equilíbrio ou da compensação. São exemplos o batimento cardíaco, a respiração ou a lei da gravidade no universo que faz com que os astros percorram órbitas exatamente calculáveis e que, ao longo dos milênios, se enquadraram tão bem que surgiu uma organização perfeitamente reconhecível. Se não houvesse esse equilíbrio, o cosmos há muito teria saído dos eixos e teria sido destruído. A toda atividade corresponde um momento de pausa. A expansão e a contração do coração formam a batida cardíaca; a inspiração e a expiração constituem a respiração. E tudo isso acontece numa certa harmonia; caso contrário, nem poderia funcionar.”

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