John Dee, em sua tradicional imagem que forjou a figura do mago comum à cultura ocidental moderna. Aquele perdido em um salão recheado de sombras, trajando seu manto negro, entoando palavras cabalísticas enquanto conjura seu mais novo encanto, em um idioma completamente extra-humano, se volta para sua bola de cristal onde vê a revelação de seu negro futuro de morte e miséria.
Parece um cena de filme épico, ambientado com magia cabalística, mas todos estes clichês foram inspirados em um personagem real: John Dee. Em uma época onde as grandes mentes eram polivalentes, John Dee foi agraciado pelo caos cósmico que governa o destino com uma das mais destacáveis.
JOHN DEE ERA UM PENSADOR À FRENTE DE SEU TEMPO
De berço inglês, chegou a ser conselheiro particular da rainha Elizabeth I, sendo quem indicou a melhor data para a coroação em 1559 e elaborou a estratégia de combate contra a armada espanhola em 1588.
Lecionou sobre Euclides na Universidade de Paris antes de completar sua terceira década de vida e dentre suas multifacetadas áreas de atuação estavam a matemática, a astronomia, astrologia, geografia e alquimia.
Elaborador de criptogramas, mestre de Francis Bacon e adepto das ciências ocultas, existem fortíssimas conexões que fazem de Dee um dos inspiradores do rosacrucianismo alemão, cujas ideias teriam fonte em estudos do mago inglês.
Ele e outros nomes que formavam os primeiros cientistas, antes mesmo da Sociedade Real, em essência alquimistas, estavam sedentos pelo conhecimento.
Seus estudos habituais se baseavam nos pensadores antigos como Platão, Euclides e Vitrúvio.
Estima-se que a biblioteca de John Dee era composta por alguns milhares de volumes, quando o conjunto bibliográfico da Universidade de Cambridge não passava de quinhentos volumes.
Esta magnífica coleção só perdia para a do celebrado historiador francês De Thou.
Diversas vezes referenciado como Rosa-Cruz (mesmo ele nunca admitindo tal fato), o mago inglês se sentia motivado a estudar de modo prático e experimental os mundos espirituais e sua figura se tornou o arquétipo do mago que vemos costumeiramente desfilando em diversos campos da cultura pop.
Ou seja, capa e manto negros, barba branca longa, trabalhando no seu laboratório recheado de penumbras, entre experimentos alquímicos, raios e conjurações espirituais em pentagramas desenhados no chão.
UM ESTUDIOSO EXPERIMENTAL DO OCULTISMO
Alegorias à parte, Dee formou, com outros estudiosos de sua época, o círculo Dionisii Areopagites que objetivava sanar os mistérios da química.
Apesar disso, o cerne de seus estudos era a Cabala, tendo sua crença baseada no controle total dos números sobre as coisas do mundo.
A realidade contemporânea do cristianismo estava cada vez mais afastada dos mundos espirituais e etéreos, sendo as direções para tais experiências relegadas às sociedades secretas.
A visão evangelizadora do Dr. Dee era completamente diferente e incluía magia cerimonial, elementos cabalísticos e herméticos.
Esta linha de pensamento era muito comum dentre os estudiosos como Tritêmio, Agrippa e Johannes Reuchlin, este último, responsável por uma Cabala cristianizada, que provava a divindade de Jesus Cristo usando argumentos cabalistas, mostrando que o nome de Jesus esta codificado no Tretragrammaton.
O diferencial de Dee neste grupo, era a obstinada busca por experiências.
Sua bordagem era experimental e sistemática, tentando produzir eventos espirituais controlados, regulares e previsíveis.
A importância desta personagem para a evolução intelectual humana é imensurável e podemos compará-lo a um Merlin, não na corte de Arthur, mas na de Elizabeth I e virou personagem em obras de Ben Jonson e Willian Shakespeare.
Sua tentativa de introduzir doutrinas exotéricas na vida pública e sua personalidade estranha o caracteriza como um elemento digno de ser estudado.
E este estudo – de modo sucinto e sem pretensões acadêmicas – será feito nas linhas subsequentes.
UMA BREVE BIOGRAFIA DO MAGO JOHN DEE
Personagem marcante de toda a história, não somente da ciência, Dee respirou os primeiros ares deste mundo a 13 de julho de 1527 e viveu até por volta de 1608 ou 1609.
Seus feitos, louváveis ou catastróficos, nestas oito décadas de vida, o elevaram ao status de lenda.
A única certeza acerca desta personalidade marcante é que pertencia ao seleto panteão dos maiores cientistas de seu tempo, onde, naqueles tempos de tecnologia precária, conseguiu construir um robô, na verdade uma escaravelho mecânico, que o condenaria à perda da sua cadeira na Universidade de Cambridge, acusado de feitiçaria após expor seu novo invento numa representação teatral.
Após sua expulsão, se dirigiu a Louvain, local onde conhecera Mercator (matemático, geógrafo e cartógrafo, responsável pela projeção de Mercator).
Tornou-se astrólogo e ganhou a vida fazendo horóscopos, até ser acusado de conspiração contra a vida da rainha Mary Tudor, sendo condenado a alguns anos de prisão.
Sua liberdade foi concedida por Elizabeth I, que o tomou como conselheiro e encarregando de misteriosas missões pelo continente europeu.
Muitas teorias históricas defenderam que sua faceta de mago ou feiticeiro servia para esconder, ou mesmo camuflar, sua real atividade: espionagem.
Responsável intelectual pelo estabelecimento da Inglaterra como força marítima, aplicou seus vastos conhecimentos de matemática em prol da expansão deste segmento que determinava quais seriam as grandes potências mundiais naquele século.
Graças a esta mente privilegiada, temos a ideia de meridianos e sua principal contribuição foi a proposta de uma meridiano base: o Meridiano de Greenwich.
Aliado a esta nova forma de se localizar, ainda trouxe para a corte inglesa dois globos terrestres de Mercator que havia encontrado em Louvain e instrumentos de navegação, tendo dado o pontapé inicial na expansão marítima inglesa.
A maioria dos segredos de navegação e fabricação que foram dominados pelos ingleses chegaram às ilhas britânicas via John Dee, fazendo dele um dos primeiros espiões industriais que se tem notícia.
Outra de suas grandes contribuições foi a primeira tradução para o inglês da obra de Euclides e os avanços militares no uso de telescópios e lunetas.
No âmbito político, o mago Dr. Dee orientou acerca da politica externa e em relação à colonização da América do Norte.
Foi o responsável por cunhar o termo Império Britânico e sua visão deste Estado ajudou a formatar as navegações inglesas responsáveis pela descoberta de novos territórios.
No auge de sua fortuna recebeu por carta régia a propriedade do vasto território chamado Canadá.
Suas pesquisas no âmbito metafísico, como veremos nos tópicos adiante, progrediram fortemente e sua necessidade de contar com apoio humano se revelou um problema.
Quando começou a ter contato com o seres não humanos através do espelho negro, se viu diante de um dilema, pois não conseguia se lembrar de todo o conteúdo de seus seminários.
Conjecturo que se ele se dispusesse de uma máquina que registrasse suas conversas, o destino de nossa espiritualidade seria outro.
O mais próximo que chegou de sanar esta sua limitação o levou à perdição. A ideia era simples: alguém iria se comunicar com os seres não-humanos, enquanto Dee tomaria nota das conversas.
Os recrutados forma Barnabas Saul e Edward Talbot, dois homens que se mostraram nada escrupulosos.
O primeiro a ser deposto fora Barnabas que parecia ser um espião dos desafetos de John Dee, mas Talbot, além de mudar seu nome para Kelly, desgraçou a vida de seu patrão o minando com as ilusões dos louros da fama de grande alquimista europeu.
Em 1608, o mago estava desacreditado, arruinado financeiramente e faleceu na miséria.
Sempre protegido da rainha Elizabeth I, John Dee amargou ao fim da vida o abandono se sua protetora.
Fora perseguido após insinuar que publicaria suas conversas com os anjos e após os eventos com Kelley, teve seu manuscritos roubados e pereceu na miséria.
Entretanto, o desamparo da rainha não se mostra cruel ou traidor, sendo justificado pelas próprias palavras do mago Dee.
Segundo a história oficial, ele teria se proclamado um alquimista à rainha. De encontro às vicissitudes da miséria, Dee solicitou amparo financeiro à corte inglesa, que foi negado sob uma justificativa cruel, mas não mentirosa.
Utilizando as palavras do alquimista contra ele próprio, Elizabeth I o questionou se sua alquimia dominando não o podia prover de todo o ouro necessário para seu sustento, pois, sendo um alquimista, conseguiria, sem esforço, fazê-lo de outras matérias e não necessitava do subsídio real, pois tinhas os seus próprios.
Só restou ao, agora miserável, alquimista vender sua biblioteca colossal para garantir seu sustento ínfimo até a morte.
Apesar de todas formas se referenciar a este ser ímpar, que já fora rotulado como praticante de magia negra, alquimista brilhante e até mesmo espião, a verdade é que John Dee era um homem de muitos expedientes notáveis.
De inteligência notadamente superior, capaz de trabalhar 22 horas por dia, leitor rápido, engenheiro do autômatos, especialista em ótica e mestre em química, ele se perdeu graças a sua credulidade e ingenuidade.
Se é verdade que mantinha contato com seres não-humanos nunca pudemos confirmar e talvez nunca o consigamos.
MONAS HIEROGLYPHICA
Por volta de 1563, após ter o perdão concedido pela rainha, Jonh Dee, em uma de suas andanças pela Europa, mais propriamente em uma livraria de Anvers, teve contato com uma dos mais controversos manuscritos pós Idade das Trevas.
É provável que ele tenha encontrado parte da Steganographie do Abade Trithème.
Antes de se associar a seu questionável pupilo Kelly, Dee publicara um estranho livro, fortemente influenciado pela Steganographie do abade Thrithème. Denominado de Monas Hierglyphica, este volume possui certas curiosidades.
O mago trabalhou em sua construção por cerca de sete anos, mas após ter lido a obra do abade, concluiu a Mônadas em apenas doze dias.
Após a sua publicação, o livro de John Dee fora adjetivado como de sumária importância para a segurança do reino.
O ESPELHO NEGRO
A data de 25 de maio de 1581 seria marcada na vida deste estudioso dos mistérios ocultos. Imerso em seus estudos baseados na obra do abade Trithème, Dee se vê em companhia de um ser sobre-humano, envolto em luz.
Com o discernimento da época, ele é melhor descrito como um anjo (na carência de um vocábulo que melhor definisse a figura), este ser não-humano presenteou o mago com um espelho negro, onde seria possível ver outros mundos e ter contato com outras inteligências não propriamente humanas.
Pois bem, John Dee registrou inúmeros de seus diálogos resultantes de palestra com estes seres, tendo publicado alguns deles (que foram dizimados da face da Terra posteriormente) e deixado outros tantos inéditos. Para os que duvidam da existência de tal espelho negro, basta uma visita ao Museu Britânico e ver por si mesmo este artefato cósmico.
A LÍNGUA ENOCHIANA
Se ele realmente conseguia se comunicar com seres de outras dimensões, em qual língua se comunicavam?
O que restou das obras publicadas pelo mago Dee nos dá indícios de que utilizavam o que ele denominou de Língua Enochiana.
Esta é a primeira língua sintética de que se tem notícia, ou seja, a primeira forma não humana de comunicação e que possui alfabeto e uma gramática.
Dentre os diversos textos em língua enochiana estão assuntos concernentes a matemática muito mais avançada que a contemporânea de John Dee.
A BOLA DE CRISTAL E OS ARCANJOS
John Dee, como o bom mago que era, também se valia de uma bola de cristal. Ainda com seu primeiro pupilo Barnabas Saul, Dee conduziu um sessão se valendo de artefato de cristal, onde Saul alegava ter visto o Arcanjo Anael.
Os registros nos diários do mago mostram seu ceticismo inicial, suplantado por uma segunda aparição na bola de cristal, com descrição minuciosa para tal figura que ele agora acreditava ser Anael.
Este ser sobrenatural teria dialogado com o mago. Entretanto, as suspeitas quanto a idoneidade de Barnabas ainda pairavam na mente de seu mestre. Sentindo-se insultado, o pupilo abandona a casa de Dee para nunca mais voltar, dando lugar a Talbot, que mais tarde se tornaria Kelly.
O novo aluno também manuseou a bola de cristal, fazendo contato com Uriel, arcanjo creditado como mestre de Enoque, o tendo ensinado os mistérios da astrologia. O encontro com Uriel possivelmente acontecera em duas ocasiões, através do artefato de cristal de quartzo que pode ser visto no Museu Britânico em Londres.
A história deste instrumento mágico é dúbia e imprecisa. Segundo o próprio Dee, ela lhe fora trazida pelos anjos e se apresentava do tamanho de um ovo, era muito brilhante e gloriosa. Nos seus relatos ela é referenciada como simplesmente “a pedra”, ou shew-stone e ainda como o “o globo diáfano”, “pedra sagrada” ou “primeira pedra santificada”.
A GROENLÂNDIA
Esta talvez seja a teoria mais avançada e excêntrica do mago Dee, que ainda não tivemos a capacidade de invalidar por argumentos que não esbarrem em nosso ignorância científica.
Segundo ele, nosso planeta Terra não seria exatamente redondo, além disso, a Terra seria composta de várias esferas superpostas alinhadas ao longo de outras dimensões.
Entre cada um destes corpos esféricos existiria um ponto de tangencia que funcionaria como superfícies de comunicação e no nosso plano dimensional tal superfície seria a Groenlândia. Por este motivo, orientou os governantes do Império Britânico sobre a necessidade de dominar aquele gelado terreno.
A MALDITA ASSOCIAÇÃO COM KELLY*
John Dee se descobriu desprovido de artifícios espirituais (como mediunidade) e foi obrigado a empregar médiuns e artefatos como pedras de cristal ou espelhos. Seu mais destacado empregado foi Edward Kelly, homem de educação medíocre, mas que acreditava num método divino que poderia transmutar metais menores em ouro. Ou seja, Kelly acreditava que podiam obter a pedra filosofal.
A verdade é que ao se unir a Kelly, os estudos do mago Dee geravam mais resultados de sucesso do que ele já havia experimentado. Muitos historiadores acreditam no charlatanismo de Kelly, alegando que ele fabricava as visões que iludiam piamente seu mestre. Se este era o caso, Kelly tinha uma habilidade artística e de efeitos especiais que nunca exibira em nenhum outro lugar.
Outros alegam que as cerimônias – que eram repetidas de modo exaustivo, diariamente e por horas a fio – comandadas por John Dee teriam influenciado o subconsciente de Kelly que, impressionado e sugestionado pelo cerimonial, criou certas visões oriundas de alucinações.
Ainda existe a suposição quanto a Kelly ter múltiplas personalidades que se apresentavam como seres sobrenaturais aos olhos de John Dee. Algumas evidências são contrárias a esta norma histórica. Uma delas é o fato de Kelly contestar o caráter angelical dos espíritos com os quais confabulavam.
Os detratores acusam Kelly de truncar algumas das conversas com os supostos anjos, inventando algumas passagens como se fossem dos interlocutores extra-dimensionais. Mas um homem com uma educação tão pífia quanto a dele seria capaz de simular uma conversa em uma língua que não dominava completamente?
A verdade é que a dupla de esotéricos era formada por elementos que se completavam: John Dee era crédulo e dificilmente duvidava das mensagens dadas pelos supostos anjos, enquanto Kelly era mais cético e pouco interessado nas mensagens das quais era veículo, exceto quando via algum potencial no seu intuito de se desenvolver com alquimista.
Aparentemente, todo o interesse de Kelly se baseada no desejo por bens materiais, principalmente na possibilidade de transmutar metais em ouro e roubar a fortuna de Dee, que inclusive registrou um aviso sobre tal intento por um “anjo”, através do próprio Kelly, em palavras gregas, idioma que o pupilo não compreendia, mas Dee era versado e que utilizava quando tinha que registrar alguma informação que não fossem destinadas aos olhos curiosos de Kelly.
Este evento, se verdadeiro, evidencia a realidade dos debates com os “anjos”, pois o pupilo não dominava o grego e, assim, não poderia passar nenhuma mensagem falsa por esta língua.
Em mais de uma ocasião Kelly teria falsificado certas informações dos espíritos em benefício próprio. Segundo consta algumas transcrições, um dos “anjos” teria orientado a dupla que dividissem suas respectivas esposas, a jovem e atrativa Jane Dee e Joanna Kelly.
O mais interessante é que a associação à Kelly e aos “anjos” se desfaz após a suposta – pois algumas biografia de Dee negam o evento – troca de casais. Kelly veio a falecer em 1595, sob circunstâncias obscuras. John Dee ainda veria o advento do novo século e morreria aos 81 anos, em 1608.
(*)Existem livros que trazem a grafia do nome do pupilo inescrupuloso de John Dee como Edward Kelley. Outros o grafavam como Kelly. No meu texto, escolhi Kelly por simplesmente ter iniciado a pesquisa por fontes que assim o escreviam.
A PERSEGUIÇÃO
1597. Alguns desconhecidos induzem uma multidão a atacar a morada de um adorador do diabo e destruí-la. A residência é invadida e quatro mil obras raras, além de cinco mil manuscritos, desaparecem com os invasores que ainda queimam um sem número de notas de estudos do mago negro.
A cena que já fora roteirizada inúmeras vezes no cinema aconteceu e o adorador satânico era Jonh Dee, que por sorte, ou deliberação dos desconhecido agitadores, não se encontrava em casa.
A verdade é que Dee amargou uma perseguição enorme após querer divulgar seus estudos ocultos, que se perderam em grande parte na invasão de sua casa.
A perseguição começou efetivamente em 1587, se estendendo até sua morte e extrapolou as fronteiras de sua nação. Apesar da acusação de necromante, Dee fora convidado pelo czar russo a se instalar em Moscou como conselheiro acadêmico, com vultuoso salário e acomodações palacianas.
Não se sabe ao certo o motivo da recusa de John Dee, mas especula-se que tenha sido em obediência às ordens da Rainha Elizabeth I. O fato é que esta recusa se contrapõe às acusações de que teria vagado pelo continente espoliando nobres com falsas exibições mágicas e sobrenaturais.
Uma das mais fortes certezas que John Dee carregava era que somente a prática da magia poderia ajudá-lo a compreender verdades brutais do universo.
Ele rejeitava a necessidade da igreja como uma intermediária à presença de Deus e que as revelações sagradas podiam ser obtidas através das práticas mágicas dos antigos hebreus.
Num mundo de pensamento religioso quase medieval, tais pensamentos eram heresia grave, oque o destinava a perseguição implacável.
POR FIM
John Dee se mostra como uma homem de inteligência elevada, que palestrou com seres sobrenaturais, deixou poucos registros de suas imprescindíveis pesquisas metafísicas e que, se fosse um charlatão, era capaz de inventar elementos inexistente em suas dias sobre a Terra.
Sempre se descreveu como filósofo e matemático e suas viagens sobrenaturais rendiam frutos de natureza científica, não se interessando por nada fora das leis naturais.
Dee afirmava que a matemática ia além de Euclides, muito antes das geometrias não-euclidianas ganharem os meios acadêmicos e tal feito só pode mostrar a genialidade que esta figura notável da humanidade estampava e que poucas vezes fora louvada.
Sua figura teria servido de arquétipo para os magos presentes na cultura pop de séculos posteriores.
Teria sido o inspirador do personagem Próspero de Willian Shakespeare e, ao contrário do que muitos pensam, John Dee nunca tomou conhecimento do livro Necronomicon que fora uma inventividade genial de H. P. Lovecraft.
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